Nesta sexta-feira (8), o Ministério Público do Trabalho (MPT) realizou uma vistoria em oito hospitais em Salvador, nos mostrando um alerta grave: Todas as instituições estão em “alto risco de incêndio”. Essa análise, inclui hospitais públicos e privados, onde atuam cerca de 20 mil profissionais, colocando em questão a segurança de trabalhadores e pacientes.
Segundo o MPT, o Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBM-BA) não poderá emitir o auto de vistoria de nenhuma das instituições de saúde até resolver os problemas analisados. São elas:
- Hospital Geral Roberto Santos (HGRS)
- Hospital Agenor Paiva
- Hospital da Bahia
- Hospital Português
- Hospital Geral do Estado (HGE)
- Hapvida
- Instituto de Perinatologia da Bahia (Iperba)
- Hospital Universitário Edgard Santos (Hupes) –
“Em caso de incêndio em qualquer das unidades, as chances de que eles tomem grandes proporções é muito grande por conta da falta de hidrantes, saídas de emergência com irregularidades, projetos não implementados”, aponta um trecho do comunicado.
Todas as irregularidades que forem identificadas, tanto nas inspeções quanto na análise posterior dos documentos colhidos durante a ação que é algo detalhado, vão se desdobrar em atuações de cada órgão individualmente e irão compor um minucioso relatório.
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Esses dados irão compor um relatório abrangente, que pode resultar em notificações, inquéritos e até ações judiciais para correção das falhas de segurança.
Já ocorrido:
Em 2022, o Hospital Salvador sofreu um pequeno incêndio e, felizmente, o fogo foi controlado por bombeiros militares, que foram acionados pelos vizinhos do hospital.
Vistorias como as realizadas pelo Ministério Público do Trabalho são essenciais para garantir que os hospitais cumpram normas de segurança, como saídas de emergência funcionais e sistemas de combate a incêndio, evitando tragédias maiores. Só vale lembrar que a maioria dos pacientes que estão no hospital tem falta de mobilidade e ficaria difícil correr de um incêndio. Por isso que é importante que uma vistoria preventiva que não só protege a vida dos pacientes e trabalhadores, mas também assegura que as unidades estejam preparadas para agir rapidamente em situações de emergência, preservando a saúde de todos.
Além dos riscos de incêndio, a vistoria chamou atenção para o cenário alarmante de acidentes de trabalho no setor de saúde em Salvador, incluindo lesões com materiais perfurocortantes, como agulhas e bisturis. “A notificação desses acidentes é alta, o que indica que os casos estão sendo comunicados, mas a falta de prevenção preocupa, assim como as condições inadequadas dos espaços de descanso, que afetam diretamente o bem-estar dos profissionais que as vezes ficam horas longas sem dormir…”, pontuou o procurador do MPT, Ilan Fonseca.
Entenda a vistoria
A ação, intitulada “Melhor Prevenir”, começou na segunda-feira (4), como uma forma de verificar se as empresas estão cumprindo as normas de saúde e segurança do trabalho.
Conforme detalhou o MPT, outros orgãos estão participando da fiscalização com o órgão os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador de Salvador (Cerest Salvador) e de Camaçari (Cerest Camaçari), além do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-BA), do Conselho Regional dos Técnicos Industriais (CRT-BA), do CBM-BA e da Universidade Federal da Bahia (Ufba).
Na etapa ocorrida nesta semana, que envolve o setor de saúde, o grupo de instituições ganhou o reforço do Sindicato dos Enfermeiros da Bahia (Seeb) e do Sindicato dos Técnicos de enfermagem da Bahia (Sintefem).
O que dizem os hospitais
Hupes
“O Hupes-UFBA/Ebserh participa, esta semana, de uma fiscalização que tem acontecido em diversas unidades hospitalares de Salvador. A instituição colocou à disposição todos os documentos exigidos pelos órgãos fiscalizadores e se compromete a analisar os apontamentos que, por ventura, forem feitos.
O Hupes-UFBA/Ebserh adota práticas rigorosas para garantir um ambiente de trabalho seguro e vem tomando as medidas corretivas necessárias para diminuir riscos identificados.
Os projetos de prevenção e combate a incêndio e pânico foram aprovados pelo Corpo de Bombeiros e estão em fase de licitação para posterior contratação e execução”.
HGE e Iperba
As unidades de saúde do Estado, como o HGE e o Instituto de Perinatologia da Bahia (Iperba), asseguraram que operam conforme as normas vigentes e se comprometeram a corrigir possíveis irregularidades apontadas no relatório do MPT.
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