O desabamento do forro do teto central da histórica Igreja de São Francisco de Assis, localizada no Pelourinho, Salvador, provocou forte comoção na última tarde. O acidente, que aconteceu entre 14h30 e 15h, deixou uma turista morta e cinco pessoas feridas, abalando comerciantes, turistas e moradores que frequentam o bairro.
Segundo testemunhas, o momento foi marcado por um estrondo assustador, comparado ao barulho de uma explosão, que ecoou pelas ruas do Centro Histórico. A comunicadora Juci Santana, que estava próxima ao local, descreveu a tragédia como um episódio que chocou a todos. “Foi um estrondo muito grande, e alguns colegas saíram para ajudar. Um deles, Marcos, socorrista, foi um dos primeiros a prestar assistência às vítimas. A vítima fatal, Giulia Panchoni Righetto, fazia parte de um grupo de amigos de São Paulo que estava visitando a cidade”, relatou Juci, emocionada.
Testemunhas Relatam o Desespero
Juci ainda relembra o momento dramático em que Ludmila, uma das feridas no acidente, chamava pela amiga Giulia, sem resposta. “A sensação de impotência era imensa. Desde o início do resgate, já parecia claro que ela [Giulia] não sobreviveria. Ver a amiga em choque foi devastador. A tragédia nos fez perceber que poderia ter sido qualquer um de nós”, desabafou.
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Já uma comerciante local, que preferiu não se identificar, descreveu o caos que se seguiu após o barulho do desabamento. “Parecia uma bomba. Quando saí para olhar, havia uma poeira amarronzada, e as pessoas estavam desesperadas, tentando sair. As portas da igreja, que têm entrada lateral e cobram R$10, estavam fechadas, o que só aumentou o tumulto”, contou.
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Impacto Entre Turistas
No momento do acidente, muitos turistas estavam visitando o Pelourinho devido à chegada de um cruzeiro no porto de Salvador naquela manhã. A guia turística Meirelúcia Oliveira, que estava guiando três famílias de São Paulo, presenciou o desabamento e descreveu o momento de terror. “Estava atrás da porta azul, próximo à igreja, quando ouvi o estrondo. O teto abriu um buraco e começou a cair. Gritamos por misericórdia, pulamos e arrombamos a porta para sair”, relembrou, ainda abalada.
O atendente Tárcio Passos, que trabalha em uma sorveteria próxima à igreja, comparou o som do desabamento a uma colisão de carros. Ele foi surpreendido ao perceber que o barulho vinha de dentro da igreja. “Saí e vi muita poeira e pessoas correndo desesperadas. Alguns feridos buscaram ajuda na sorveteria. Foi um susto para todos”, relatou.
Investigações e Medidas
A morte de Giulia Panchoni Righetto, de 26 anos, será investigada pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Guias foram emitidas para os trabalhos do Departamento de Polícia Técnica (DPT), que produzirá laudos periciais fundamentais para esclarecer as causas do acidente.
A tragédia trouxe à tona questões sobre a preservação do patrimônio histórico. A Igreja de São Francisco de Assis é um dos principais símbolos da arquitetura barroca brasileira, atraindo milhares de visitantes anualmente. Com a necessidade urgente de reparos estruturais, autoridades locais enfrentam o desafio de preservar a segurança dos frequentadores e, ao mesmo tempo, proteger o valor histórico do local.
Reflexão Sobre a Tragédia
A comoção gerada pelo acidente reflete não apenas a tristeza pela perda de uma jovem turista, mas também o impacto psicológico sobre aqueles que presenciaram ou vivenciaram o episódio. “Estamos todos chocados. A igreja é um ponto de encontro, um espaço de fé e beleza. Nunca imaginaríamos que algo assim pudesse acontecer”, destacou uma comerciante da região.
Esse episódio trágico nos lembra da importância de manter nossos patrimônios históricos seguros e bem conservados. As pessoas que visitam locais como a Igreja de São Francisco de Assis buscam momentos de paz e contemplação, não tragédias como essa.
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