Após o trágico desabamento do teto da Igreja de São Francisco de Assis, no Pelourinho, em Salvador, que resultou na morte de Giulia Panchoni Righetto e deixou outras cinco pessoas feridas, a Polícia Federal (PF) iniciou uma investigação para apurar as causas do incidente. A corporação não descarta a possibilidade de responsabilização criminal, incluindo homicídio culposo, caso seja confirmada a negligência ou falha estrutural no imóvel. O corregedor da PF, Maurício Salim, afirmou que a apuração será minuciosa, considerando que a igreja é um patrimônio tombado e sua preservação envolve repercussões não apenas na esfera criminal, mas também cível e administrativa.
A investigação está sendo conduzida com o auxílio de peritos especializados, que incluem profissionais de Salvador e de Brasília. O uso de um scanner 3D para mapear a área afetada permitirá revisitar o local do crime, caso necessário, para aprofundar a análise das condições da estrutura do edifício. A Polícia Federal busca garantir que o processo seja realizado com precisão e cautela, levando em consideração o valor histórico do local, que atrai turistas de todo o mundo.

Esse desabamento não é um evento isolado. Desde 2021, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) foi condenado a realizar obras emergenciais de recuperação na igreja, após a constatação de problemas estruturais graves. No entanto, até o momento, as reformas não foram realizadas, o que gerou críticas de frequentadores e profissionais da área de turismo, que já indicavam a existência de riscos na edificação. Um guia de turismo da região classificou o episódio como uma “tragédia anunciada”, destacando que muitos turistas, tanto nacionais quanto estrangeiros, já haviam expressado preocupações com a segurança da igreja antes do incidente.
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A investigação sobre o caso está em andamento e a Polícia Federal promete seguir com a apuração com transparência, buscando identificar as causas do acidente e os responsáveis. A situação também chama atenção para a importância de uma manutenção adequada em patrimônios históricos, que, quando negligenciados, podem gerar sérios riscos à segurança das pessoas.
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