A jovem Ana Luiza Silva dos Santos, de apenas 19 anos, foi morta a tiros no último domingo (13), em uma ação policial na região da Engomadeira, em Salvador. A tragédia aconteceu quando ela retornava para casa depois de um gesto simples e solidário: levar uma marmita para uma amiga.
Segundo a família, Ana Luiza havia acabado de almoçar e separou um pouco da comida para ajudar a colega. “Ela pediu à mãe um pouco da refeição, colocou na quentinha e saiu para entregar. Foi no caminho de volta que tudo aconteceu. A polícia vinha perseguindo outra pessoa, e ela acabou passando no meio da situação, sem perceber. Foi então atingida por dois tiros na barriga”, contou, emocionada, a tia da vítima, Ana Ildes Pereira dos Anjos, de 58 anos.
O crime ocorreu a menos de 20 metros da residência da estudante, localizada na Vila de Nanã. Inicialmente, os familiares ouviram os disparos, mas acreditaram que outra pessoa havia sido atingida. A confirmação do pior veio minutos depois. Ana Luiza já havia sido socorrida por policiais militares e levada ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos.
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Durante a manhã desta segunda-feira (14), os pais da jovem estiveram ocupados resolvendo os trâmites do velório e sepultamento, marcado para as 15h, na Ordem Terceira de São Francisco, na Quinta dos Lázaros. Em casa, parentes e amigos ainda em choque preferiram não dar entrevistas, consternados com a perda repentina.
Ana Luiza cursava Estética e Cosmetologia em uma faculdade particular e era muito querida por todos que a conheciam. “Ela era uma menina doce, estudiosa, respeitosa, cheia de amigos. Tinha um coração muito bom”, relatou a tia, entre lágrimas.
A versão da Polícia Militar afirma que a jovem foi atingida durante um confronto com suspeitos na região. Moradores da Engomadeira, no entanto, denunciam que Ana Luiza foi vítima de uma abordagem desastrosa. Um fator agravante é que os PMs envolvidos não estavam utilizando câmeras corporais no momento da ação, o que dificulta o esclarecimento completo dos fatos.
O caso reacende o debate sobre o uso de força pela polícia em áreas urbanas densamente povoadas e o risco constante enfrentado por moradores inocentes. Familiares e vizinhos agora pedem por justiça e uma investigação rigorosa que esclareça a real responsabilidade pela morte de Ana Luiza, uma jovem com sonhos interrompidos de forma brutal.
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