A dor da perda e o desejo por justiça têm movido Maritana Neta, viúva de Gustavo Veloso, gerente de pousada morto na colisão entre duas lanchas em Morro de São Paulo no último dia 8. Desde o acidente, ela vem cobrando das autoridades respostas claras sobre o que realmente aconteceu naquele fim de tarde trágico.
Segundo Maritana, informações não oficiais que chegaram até ela indicam que a lancha “Lipe e Lara”, que colidiu com a “Safira” — embarcação em que Gustavo estava —, estaria navegando com as luzes apagadas. Há ainda relatos de que o marinheiro da lancha envolvida teria sido visto consumindo bebida alcoólica antes do acidente.
“O marinheiro só se apresentou dois dias depois, acompanhado de advogados. As informações estão chegando aos poucos, mas ainda de forma muito desencontrada”, relatou Maritana em entrevista à TV Record. Ela destaca que testemunhas, incluindo vítimas do acidente, afirmaram que a embarcação estava com as luzes desligadas, o que pode ter contribuído diretamente para a tragédia.
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Para comprovar essas alegações, Maritana tem insistido no acesso às imagens de câmeras de segurança dos três portos por onde as embarcações passaram. Ela afirma que, ainda no IML, foi abordada por um servidor da Astram (Associação dos Servidores em Transporte e Trânsito do Município), que garantiu que uma equipe já estava analisando as imagens para tentar entender o que de fato aconteceu. Agora, ela exige que esse material venha a público.
“Eu quero as imagens reais, sem cortes. Se não temos o teste de alcoolemia do outro marinheiro, ao menos precisamos das filmagens. A Astram viu essas imagens, então elas existem. Por que ainda não estão disponíveis?”, questionou.
Em sua fala, Maritana também pediu apoio direto ao governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues. “Eu preciso da sua ajuda. Quero transparência, investigação séria. Isso não pode ser tratado como um acidente qualquer. Há boatos até de outra vítima fatal que não foi oficialmente registrada. Isso não é brincadeira, é a vida das pessoas.”
O acidente deixou, além da morte de Gustavo Veloso, 14 feridos — três deles com gravidade, precisando de internação na Santa Casa de Valença e no Hospital Geral do Estado.
Clamor por justiça
A comoção pública em torno do caso também chegou ao estúdio do programa “Balanço Geral”. A apresentadora Jéssica Smetak se emocionou ao ouvir o depoimento de Maritana. Visivelmente abalada, ela cobrou das autoridades celeridade e seriedade na condução do caso. “Me coloco no seu lugar, Maritana. Se fosse comigo, eu também estaria em busca de justiça, de respostas. Isso não pode ficar impune.”
Até o momento, a Capitania dos Portos e a Polícia Civil ainda não se pronunciaram oficialmente sobre o andamento das investigações. A Agerba (Agência de Regulação de Serviços Públicos da Bahia), responsável por fiscalizar o setor de transportes, também foi procurada, assim como a Astram, mas nenhuma resposta foi enviada até a última atualização desta matéria. O espaço segue aberto para posicionamentos.
Enquanto isso, a dor da família de Gustavo Veloso permanece acompanhada pela esperança de que a verdade venha à tona — e de que os responsáveis, caso comprovadas irregularidades, sejam responsabilizados.
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