O caso de Miguel Fernandes Brandão, um menino de 13 anos que faleceu em novembro de 2024 devido a uma grave infecção bacteriana, tem gerado grande comoção e questionamentos sobre o atendimento médico que ele recebeu no Hospital Brasília. De acordo com o prontuário médico, o comportamento da mãe, Genilva Fernandes, foi registrado em pelo menos dois momentos, mencionando sua “ansiedade” em relação à saúde do filho. Ela, preocupada com o diagnóstico, questionava repetidamente a equipe médica sobre a evolução do quadro de Miguel, sendo informada de que o problema inicial parecia ser uma infecção viral e que não havia necessidade de antibióticos.
No entanto, a evolução do quadro foi rápida e devastadora. Miguel, que começou a apresentar sintomas de febre e coriza no início de outubro de 2024, teve sua condição diagnosticada tardiamente. Após uma piora no quadro, foi levado ao hospital, onde foi inicialmente descartada a possibilidade de doenças como influenza e covid-19. No entanto, novos sintomas começaram a surgir, como vômitos, diarreia, fraqueza nas pernas e unhas roxas. O diagnóstico ainda não estava claro, e a mãe questionava insistentemente sobre os exames e tratamentos.
Segundo o relato de Genilva, Miguel não foi submetido a exames essenciais a tempo, o que poderia ter identificado a infecção bacteriana mais cedo. Ela alega que a administração do hospital atrasou a entrega do prontuário e dificultou a obtenção de informações sobre o atendimento médico, o que agravou a situação. Miguel foi diagnosticado com infecção por streptococcus pyogenes e influenza A, que levou à necrose de tecidos e danos severos, incluindo falência de múltiplos órgãos. Infelizmente, ele não resistiu, falecendo após 26 dias internado, em 9 de novembro.
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A mãe de Miguel também relatou que, no dia 18 de outubro, impediu a administração de medicamentos como Tylenol, devido a suspeitas sobre os cuidados médicos, alegando que o filho estava com dor abdominal. Infelizmente, poucas horas depois, o quadro de Miguel piorou, e ele entrou em choque séptico. A condição se agravou com o desenvolvimento de falência renal e cerebral, além de exigir procedimentos invasivos como hemodiálise e traqueostomia.
Diante dessa tragédia, Genilva Fernandes acusa o Hospital Brasília de negligência médica e apresentou uma denúncia à Polícia Civil do Distrito Federal. Ela alega que, se Miguel tivesse sido transferido para a UTI mais cedo, as chances de sucesso no tratamento seriam significativamente maiores. A 10ª Delegacia de Polícia está investigando o caso, enquanto a assessoria do Hospital Brasília afirmou que, devido às normas de sigilo médico, não pode divulgar detalhes do atendimento prestado a Miguel.
Esse caso levanta questões importantes sobre a agilidade e a qualidade do atendimento médico, especialmente quando se trata de identificar infecções graves em tempo hábil. A dor de uma mãe que perde um filho é imensurável, e o fato de a mãe ter sido tratada como “ansiosa” por profissionais de saúde enquanto buscava respostas e cuidados adequados só agrava a situação. O desfecho deste caso poderá trazer respostas cruciais sobre a conduta médica e a responsabilização em casos de negligência.
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