Uma jovem de 21 anos, natural de Natal-RN, enfrenta um dos momentos mais difíceis de sua vida. Após sofrer um acidente doméstico e bater a cabeça, Débora Oliveira perdeu a memória dos últimos cinco anos. O que torna a situação ainda mais desafiadora é que, nesse período, ela teve um filho, hoje com quatro anos – uma lembrança que simplesmente desapareceu de sua mente.
O Acidente que Mudou Tudo
Em novembro de 2024, Débora, que já convivia com episódios de desmaios frequentes, teve uma nova crise e caiu no chão de casa, batendo a cabeça com força. Quando recobrou a consciência, não reconhecia o próprio namorado nem o filho. Assustada, foi levada a um ambulatório e transferida para o Hospital Walfredo Gurgel, no Rio Grande do Norte, onde passou por exames para entender o que havia acontecido.
Apesar da gravidade da perda de memória, os médicos não identificaram traumas severos no cérebro. “A ressonância não mostrou nada anormal, mas o eletroencefalograma indicou algumas alterações, principalmente nas áreas afetadas pela falta de estímulo”, explicou Débora em entrevista à Marie Claire. A única alteração física encontrada foi uma leve inflamação cerebral.
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Os Desafios da Amnésia e o Diagnóstico Médico
Sem lembranças dos últimos anos, Débora teve que enfrentar um novo desafio: reaprender a viver sua própria história. Seu filho a chamava de mãe, mas, para ela, a conexão não fazia sentido. “Eu pensava: ‘Acho que estou sonhando, isso não é real’”, contou.
Atualmente, a jovem faz acompanhamento psicológico e segue um tratamento com medicamentos. Além da amnésia parcial, ela também sofre com episódios de perda momentânea da coordenação motora e dificuldades na fala. Os médicos suspeitam que Débora tenha um quadro de epilepsia, que já poderia existir antes, mas sem diagnóstico, e que teria se agravado após a pancada na cabeça.
Reaprendendo a Viver
O impacto emocional da perda de memória vai além do esquecimento de momentos importantes. Para Débora, olhar no espelho e não reconhecer a própria versão atual é angustiante. “As pessoas me dizem: ‘Você sempre gostou disso’. Mas eu não sei. Dizem que sou uma ótima mãe, e eu penso: ‘Mas eu não sei como ser mãe’”.
Ela também lida com mudanças físicas inesperadas. “Vejo que minha aparência mudou, que estou mais cansada, e que tenho problemas de saúde que não tinha antes”, desabafa.
Agora, o grande desafio de Débora é reconstruir sua identidade e seu vínculo com o filho. Com o apoio da família e o acompanhamento médico, ela busca reencontrar seu lugar na própria história, mesmo que pedaços importantes dela tenham se apagado.
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