A Capela de São Pedro, localizada em Lucerna, Suíça, trouxe uma inovação inesperada ao mundo religioso: um avatar de inteligência artificial (IA) representando Jesus Cristo foi introduzido no confessionário, local tradicionalmente reservado para confissões pessoais aos padres. O objetivo principal do projeto, batizado de “Deus in Machina”, é explorar como as pessoas interagem com uma figura religiosa virtual e entender as reações a essa experiência tecnológica e espiritual.
Segundo o teólogo Marco Schmid, responsável pelo projeto, essa é uma oportunidade de observar questões como: “O que as pessoas desejariam conversar com um Jesus virtual?”, “Haveria interesse em interagir com essa figura?” Ele considera o projeto único e destaca que a ideia não é substituir a confissão tradicional, mas criar um espaço experimental onde os fiéis possam explorar sua fé de maneira diferente.

O projeto iniciou-se em agosto. Schmid e pesquisadores da Universidade de Lucerna trabalharam com textos bíblicos e teológicos para treinar a IA. Há uma tela do outro lado do confessionário e os fiéis conseguem ver o Jesus de IA respondendo às perguntas e dando conselhos. É possível optar por mais de 100 idiomas.
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Apesar do caráter íntimo do confessionário para os fiéis, Schmid diz que aqui a ideia é que não se trate de experiências pessoais e de uma imitação da confissão. Os fiéis são orientados nesse sentido.
Desde o lançamento, mais de mil pessoas experimentaram o “Jesus de IA”. Cerca de 70% dos participantes disseram que gostaram da experiência, descrevendo o momento como religiosamente significativo. Para Schmid, isso foi uma surpresa, pois mostra que, mesmo sendo uma simulação, o avatar consegue despertar reflexões e sentimentos religiosos.
Por outro lado, outros usuários apontaram limitações na profundidade das respostas da IA, considerando-as superficiais e inadequadas para assuntos mais complexos. Isso evidencia os desafios de criar um avatar que consiga equilibrar tecnologia e espiritualidade sem perder autenticidade. E realmente nem todos os assuntos uma I.A vai conseguir responder como se fosse um padre real.
O projeto não deve se retornar permanente. Embora até aqui a IA de Jesus não tenha dito nada considerado “estranho”, não há garantias que isso não aconteça e seria muita responsabilidade manter o serviço, avalia o teólogo. “É uma ferramenta muito fácil e acessível onde você pode falar sobre religião, sobre cristianismo, sobre fé cristã. Acho que há uma sede de falar com Jesus. As pessoas querem ter uma resposta: elas querem palavras e ouvir o que ele está dizendo. Acho que esse é um elemento disso. Então, é claro, há a curiosidade disso. Elas querem ver o que é isso”, considera.
E você o que acha dessa ideia, será que viraria moda? Ou você prefere fazer suas confissões para padres reais ou para a Inteligência artificial? A nova geração talvez veja como algo legal e inovador, enquanto os mais antigos podem resistir a ideia. Será que isso pode virar tendência futura ou é só curiosidade passageira?
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