Homem Escravizado é Tatuado com Iniciais dos Patrões: Entenda o Caso

Dois trabalhadores foram libertados de condições análogas à escravidão na cidade de Planura, no interior de Minas Gerais, após terem sido recrutados pelas redes sociais. A ação de resgate, realizada entre os dias 8 e 15 de abril, envolveu auditores fiscais do trabalho, procuradores do Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Polícia Federal. O caso chocou pelas situações extremas de violência física, sexual e psicológica enfrentadas pelas vítimas.

Um dos trabalhadores, um homem homossexual que sofreu exploração por quase nove anos, foi encontrado com uma tatuagem no corpo contendo as iniciais “A.J.” — supostamente referentes a dois dos três patrões que o escravizaram. Segundo o relatório dos fiscais, essa tatuagem simbolizava o domínio total sobre o trabalhador, funcionando como uma marca de posse, semelhante ao que se fazia nos períodos mais sombrios da história.

Além da violência física, o trabalhador era alvo de abusos sexuais que eram filmados e usados como forma de chantagem para mantê-lo sob controle. A situação era tão grave que ele era tratado pelos patrões como “o escravo da casa”, vivendo sob constante ameaça.

Participe do nosso grupo de notícias no WhatsApp: Quero Participar

A segunda vítima resgatada foi uma mulher trans uruguaia, que chegou ao Brasil com a promessa de um emprego digno. No entanto, logo percebeu o pesadelo: recebia cerca de R$ 100 por mês, valor que ainda era reduzido por descontos abusivos referentes a moradia e alimentação. Ela relatou viver sob intenso medo e, muitas vezes, presenciava as agressões contra seu colega.

Os responsáveis por essas atrocidades são três pessoas que mantinham uma relação poliafetiva e foram presos em flagrante. A investigação teve início após uma denúncia feita em janeiro ao Disque 100, canal oficial para registros de violações de direitos humanos.

Durante o resgate, também foi encontrada uma adolescente de apenas 12 anos trabalhando na escola administrada pelos acusados, caracterizando mais uma grave violação: o trabalho infantil.

As vítimas receberam atendimento médico e psicológico com apoio de universidades da região, como a Unipac e a UFU. Já os empregadores, além do processo criminal que enfrentam por submeter pessoas a trabalho escravo — conforme descrito no artigo 149 do Código Penal —, estão sendo cobrados em mais de R$ 234 mil em verbas trabalhistas não pagas.

O caso mostra a importância de denúncias e da fiscalização constante para combater crimes que, infelizmente, ainda ocorrem em pleno século 21. O trabalho escravo moderno pode acontecer de forma disfarçada, mas deixa marcas profundas na vida das vítimas — tanto físicas quanto emocionais.

Se você testemunhar ou souber de situações semelhantes, denuncie imediatamente ao Disque 100. O anonimato é garantido, e sua ação pode salvar vidas.

Compartilhe

📱 Participe do nosso grupo no WhatsApp e receba as notícias em tempo real:

Grupo do WhatsApp

📸 Não perca nenhuma atualização! Siga-nos no Instagram:

Coruja News no Instagram

© Todos os direito reservados ao Coruja News! Não é permitido cópia!