“Chorei Sangue”: Patriota conta sofrimento em solitária na prisão da Argentina

Wellington Luiz Firmino, de 35 anos, está preso na Argentina desde novembro de 2023, após fugir do Brasil por temer uma nova prisão. Ele foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 17 anos de reclusão por sua participação nos atos antidemocráticos de 8 de Janeiro, em Brasília. Segundo Firmino, o período em que ficou em solitária por 49 dias em um presídio na província de Jujuy foi pior do que os 11 meses que passou no Complexo da Papuda, no Distrito Federal.

Natural de Sorocaba (SP), o entregador de moto conta que chegou a orar pedindo a morte durante o isolamento. “Chorei lágrimas de sangue”, disse, relatando que a cela onde ficou estava em condições sub-humanas: fezes nas paredes, buracos no chão e um colchão quase inutilizável. Ele afirma que só suportou esse período graças às orações de sua mãe.

Como ele foi parar na Argentina?

Firmino obteve liberdade provisória em novembro de 2023, mediante o cumprimento de medidas cautelares. Porém, em abril de 2024, recebeu uma ligação informando que sua prisão havia sido decretada novamente pelo ministro Alexandre de Moraes. Naquele dia, ele havia acabado de doar sangue e, com medo de ser preso novamente, fugiu do país.

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Sem levar bagagem, partiu apenas com a roupa do corpo e sua moto, viajando por 30 horas até Buenos Aires. Segundo ele, chegou à capital argentina fraco e sem recursos. Com a ajuda de desconhecidos, conseguiu oficializar um pedido de refúgio político, enquanto trabalhava como entregador de aplicativo.

Mesmo após zombar da Justiça brasileira nas redes sociais, tentou escapar mais uma vez, dessa vez em direção ao Chile. Mas foi preso em 19 de novembro, antes de conseguir atravessar a fronteira.

Condições precárias e saúde fragilizada

Firmino diz que a assistência médica no presídio argentino é praticamente inexistente. Ele sofreu um grave acidente de moto em setembro de 2023 e ainda precisa de acompanhamento médico para tratar as sequelas. “Tenho uma placa de titânio com oito parafusos no braço. Um deles está fora do lugar. Preciso de cirurgia e convivo com dores constantes”, denuncia.

Hoje, ele está detido no Complexo Penitenciário de Ezeiza, nos arredores de Buenos Aires, junto com outros três brasileiros que também participaram dos atos de 8 de Janeiro e aguardam extradição.

Quem é Wellington Firmino?

Durante as invasões às sedes dos Três Poderes, Firmino foi flagrado tirando fotos dentro da Câmara dos Deputados e gravando vídeos no alto da torre do Congresso Nacional. Nas redes sociais, ele publicava imagens ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro e do acampamento bolsonarista em Sorocaba, desmontado após a repressão às manifestações.

Firmino foi condenado pelo STF por diversos crimes graves, entre eles:

  • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito
  • Tentativa de golpe de Estado
  • Associação criminosa
  • Dano qualificado
  • Deterioração de patrimônio tombado

O que acontece agora?

O processo de extradição está em andamento, e Firmino deve ser devolvido ao Brasil para cumprir sua pena. Enquanto isso, ele segue preso na Argentina, relatando dificuldades emocionais e físicas. O caso levanta discussões sobre o direito ao refúgio, as condições do sistema prisional em outros países e os desdobramentos jurídicos das ações ocorridas em 8 de Janeiro.

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