Quando Xueli Abbing era bebê, seus pais a deixaram no chão, na porta de um orfanato. Isso aconteceu na China, onde o albinismo é visto por algumas pessoas como uma maldição.
Na época, o governo colocou uma política de filho único para as famílias. Era muito azar se a pessoa tivesse um filho com albinismo. O albisnismo é uma condição genéfica que sua pele e cabelos ficam claros… Algumas crianças, como eu, foram abandonadas, outras ficavam trancadas ou, se iam à escola, seus cabelos eram pintados de preto, por conta do preconceito que era grande.
Eu acabei indo para o orfanato. A equipe me chamou de Xue Li. Xue significa neve e Li significa bela. Enfim aos três anos fui adotada por uma família na Holanda.
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Ela conta que seus pais biológicos não deixaram nenhuma informação sobre ela como nome, idade, nem quando é o aniversário… Mas cerca de um ano atrás, ela conta que fez um raio-X da mão para ter uma ideia mais precisa da idade e os médicos avaliaram que ela tinha em torno de 15 anos.
A carreira de modelo dela começou de forma inesperada, aos 11 anos, quando recebeu um convite para participar de um desfile em Hong Kong, em uma campanha intitulada “imperfeições perfeitas”. Desde então, ela se destacou em várias campanhas, fazendo aparições nas páginas da Vogue Itália e colaborando com marcas prestigiadas, como Kurt Geiger.

Hoje ela tem uma grande história de superação de vida, e tendo uma carreira de sucesso, Xueli utiliza sua visibilidade para conscientizar sobre o albinismo e lutar contra o preconceito enfrentado por pessoas com essa condição. “Quero usar a moda para falar sobre albinismo e dizer que é uma condição genética, não uma maldição como muitos dizem”, afirmou. Além disso, ela destaca a importância da inclusão na indústria da moda, onde pessoas com diferenças e deficiências têm ganhado mais espaço.
As pessoas me falam que eu tenho que aceitar coisas do meu passado, mas acho ao contrário. Eu acredito que você precisa ver e analisar o que aconteceu e entender o porquê, mas não aceitar isso. Não vou aceitar que crianças sejam assassinadas por causa de seu albinismo. Eu quero ajudar, eu quero mudar o mundo.
Apesar das dificuldades visuais causadas pelo albinismo, que reduzem sua visão a 8-10%, Xueli continua na profissão e desafiar padrões estéticos de beleza. A modelo acredita que sua condição lhe proporciona uma perspectiva única, valorizando mais a beleza interior do que os padrões convencionais. “Quero que outras crianças com albinismo saibam que podem realizar o que quiserem”, afirma a jovem.
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