A JBS, uma das maiores empresas do setor de alimentos do mundo, anunciou no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, a doação de 3 milhões de tags para rastrear o rebanho bovino do Pará. Essa iniciativa, em parceria com outras organizações, faz parte de um plano ambicioso do governo do estado para modernizar e tornar mais sustentável a pecuária paraense. Além da doação, a JBS também vai oferecer suporte técnico aos produtores para a aplicação das tags.
O que muda com esse rastreamento?
O uso das tags é um passo importante para garantir maior controle e transparência na criação de gado. Com essa tecnologia, cada animal poderá ser monitorado desde o nascimento até o abate, facilitando a rastreabilidade e melhorando a gestão da produção. Esse controle é essencial para atender às exigências do mercado, reduzir impactos ambientais e garantir que os animais sejam criados dentro das normas estabelecidas.
O Pará possui o segundo maior rebanho do Brasil e a meta do governo estadual é rastrear todos os bovinos e búfalos até o final de 2026. O projeto é visto como pioneiro e pode transformar a pecuária brasileira, tornando-a mais transparente e sustentável. A ação conta com o apoio de diferentes setores, incluindo governo, produtores, sociedade civil e indústria.
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Quem será beneficiado?
Dos 3 milhões de tags doadas, 2 milhões serão destinadas exclusivamente a pequenos produtores, garantindo que metade da demanda desse grupo em 2025 seja atendida. A doação será dividida entre a The Nature Conservancy (TNC), que fornecerá 1 milhão de tags, e a JBS, que doará o restante. Além disso, o programa “Acelerador JBS” fornecerá mais 1 milhão de tags e suporte técnico para garantir que os pecuaristas consigam utilizar a tecnologia corretamente.
A JBS, junto com seus parceiros, vai auxiliar os produtores no processo de identificação do rebanho. Equipes treinadas visitarão as propriedades e realizarão o tagueamento dos animais. Essa estratégia já foi testada em 2024, com um programa-piloto que identificou 28 mil cabeças de gado em fazendas próximas às fábricas de Marabá e Redenção. Os aprendizados desse teste serão aplicados para expandir o projeto em larga escala.
Treinamento e suporte para os produtores
Além do rastreamento, a JBS ajudará na capacitação de operadores especializados na leitura dos tags, garantindo que os dados sejam coletados corretamente ao longo de toda a cadeia produtiva. O programa também oferecerá assistência técnica e requalificação para os pecuaristas, auxiliando-os a adotar práticas mais eficientes e sustentáveis.
O projeto se conecta a outras iniciativas voltadas para a sustentabilidade. Através dos “Escritórios Verdes”, criados pela JBS em 2021, mais de 15 mil fazendas na Amazônia já passaram por processos de regularização ambiental, sendo mais de mil no Pará. Essas propriedades assumiram o compromisso de restaurar 6.500 hectares de floresta degradada.
Além disso, a empresa lançou o Escritório Verde Virtual, permitindo que os produtores acessem serviços de assistência técnica remotamente, por e-mail, telefone ou WhatsApp.
Avanços na transparência do setor agropecuário
A rastreabilidade do rebanho paraense se alinha ao Plano Nacional de Identificação Individual de Bovinos e Búfalos, lançado pelo Ministério da Agricultura. Esse plano inclui a plataforma Agro Brasil + Sustentável, que centraliza informações sobre produção, certificações e boas práticas agropecuárias, facilitando o acesso tanto para produtores quanto para compradores.
Durante o evento em Davos, o CEO global da JBS, Gilberto Tomazoni, reforçou o compromisso da empresa em adotar todas essas novas ferramentas em sua cadeia de suprimentos, garantindo maior transparência e eficiência na agropecuária brasileira.
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