A Polícia Federal (PF) realizou uma operação nesta quinta-feira (6), mirando uma quadrilha acusada de desviar R$ 23 milhões dos cofres públicos por meio de fraudes no Benefício de Prestação Continuada (BPC). O esquema, que utilizava “idosos de aluguel”, revela a criatividade e a ousadia do grupo criminoso. Esta é a segunda fase da Operação Melhor Idade, que investiga os envolvidos em um esquema sofisticado de falsificação e golpe.
Como funcionava o esquema
De acordo com o portal Metrópoles, a organização criminosa atuava de forma estruturada em diferentes estados do Brasil, falsificando documentos como Certidões de Nascimento, RGs, CPFs e Títulos Eleitorais. Com essas identidades falsas, criavam beneficiários fictícios do BPC, benefício assistencial voltado para idosos acima de 65 anos ou pessoas com deficiência que possuem baixa renda.
Para dar mais autenticidade às fraudes, o grupo utilizava os chamados “idosos de aluguel”, pessoas que emprestavam suas características biométricas, como impressões digitais e fotografias, para validar as documentações falsas. O impacto dessa prática foi gigantesco: em alguns casos, um único indivíduo chegou a ser responsável por até 30 identidades falsas, um número alarmante que expõe a dimensão do esquema.
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Medidas Cautelares e Ações da PF
Nesta segunda fase da operação, a Justiça Federal determinou várias medidas para conter os danos e desmantelar a quadrilha. Entre elas:
- Mandados de busca e apreensão, realizados em quatro estados (Piauí, São Paulo, Goiás e Distrito Federal).
- Bloqueio de contas bancárias e sequestro de bens, visando recuperar parte dos valores desviados.
- Suspensão de benefícios irregulares e o cancelamento de CPFs fraudulentos.
Até o momento, 21 “idosos de aluguel” foram identificados, responsáveis pela criação de aproximadamente 285 documentos falsificados. Isso resultou na concessão de 259 benefícios fraudulentos. Além disso, o grupo ampliou o prejuízo ao contrair empréstimos utilizando a margem consignável dos benefícios falsos.
Impacto e Prevenção de Novos Prejuízos
Graças à atuação da PF, foi possível evitar um prejuízo adicional estimado em R$ 35 milhões. Essa ação destaca a importância de operações rigorosas no combate a crimes contra o sistema de assistência social, que impactam diretamente os cofres públicos e dificultam o acesso de quem realmente necessita do benefício.
A primeira fase da operação, realizada no ano passado, já havia resultado na prisão de três pessoas. Agora, nesta segunda etapa, 16 investigados foram alvo de novas medidas. Essa continuidade nas investigações demonstra o comprometimento das autoridades em acabar com fraudes desse tipo.
Reflexão e Caminhos para o Futuro
Casos como esse reforçam a necessidade de investir em sistemas de segurança mais robustos e na digitalização confiável de processos para dificultar ações criminosas. Ao mesmo tempo, é fundamental que a população denuncie práticas suspeitas, colaborando com a fiscalização e garantindo que recursos essenciais sejam destinados aos cidadãos que realmente precisam.
Se você conhece ou suspeita de situações semelhantes, entre em contato com as autoridades competentes. Denúncias podem fazer a diferença na luta contra fraudes e no fortalecimento do sistema de proteção social no Brasil!
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