Saiba o que muda nas novas regras de uso do vale-alimentação

O vale-alimentação, um dos principais benefícios trabalhistas do país, está prestes a passar por mudanças relevantes. O governo federal estuda alterações no Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), o que pode impactar tanto os empregadores quanto os estabelecimentos que aceitam o benefício. A expectativa é que as novas medidas sejam anunciadas oficialmente em breve.

Criado para garantir uma alimentação adequada aos trabalhadores e fortalecer o poder de compra das famílias, o vale-alimentação tornou-se parte essencial da política de bem-estar no ambiente corporativo. Além de promover qualidade de vida, o benefício também tem papel estratégico na economia: movimenta diariamente bares, restaurantes e supermercados em todo o país, contribuindo para o crescimento do comércio local.

Entretanto, apesar da importância, o sistema atual enfrenta críticas de diversos setores. Empresários, operadoras e representantes do comércio discutem há anos a necessidade de uma regulamentação mais equilibrada, que reduza custos e assegure maior transparência no uso dos valores.

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Mudanças anunciadas pelo Ministério do Trabalho

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, confirmou que o governo prepara uma nova regulamentação para o vale-alimentação e o vale-refeição. O principal foco está na redução das taxas cobradas pelas operadoras às empresas e estabelecimentos credenciados.

Atualmente, essas taxas — conhecidas como Merchant Discount Rate — podem ultrapassar 10% em alguns casos, o que diminui o lucro de bares, restaurantes e supermercados. A proposta do governo busca limitar esses percentuais e equilibrar a relação entre os envolvidos no programa.

Durante coletiva de imprensa sobre os números do emprego formal, Marinho destacou que as negociações estão em andamento. O objetivo é construir um acordo entre operadoras e o setor de alimentação, evitando que o tema chegue ao Judiciário. Segundo ele, a medida já conta com o aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Além disso, o governo pretende reduzir o prazo de repasse dos pagamentos feitos com vale-alimentação. Hoje, muitos estabelecimentos esperam até 30 dias para receber o dinheiro das operadoras, o que compromete o fluxo de caixa e dificulta a gestão financeira.

Caso o prazo seja reduzido, a medida permitirá que bares e mercados tenham mais capital de giro, consigam manter estoques abastecidos e invistam na melhoria dos serviços. Essa mudança tende a beneficiar diretamente o comércio e os consumidores.

Outras pautas do Ministério: entregadores de aplicativo

Durante a mesma coletiva, o ministro Luiz Marinho também abordou outro tema sensível: as condições de trabalho dos entregadores de aplicativo. O governo havia planejado assinar um acordo de valorização com o iFood, mas a assinatura foi adiada para permitir a inclusão de outras empresas do setor nas negociações.

Segundo Marinho, o objetivo é ampliar o diálogo e construir um pacto mais abrangente, envolvendo diversas plataformas de delivery. O governo quer garantir remuneração justa, segurança e melhores condições de trabalho para milhares de profissionais que dependem desses aplicativos.

O adiamento, portanto, não representa um retrocesso, mas sim um passo em direção a um consenso mais sólido e representativo. A intenção é estabelecer regras claras que combinem inovação tecnológica com responsabilidade social, reconhecendo o papel fundamental desses trabalhadores na economia urbana.

Mercado de trabalho mantém saldo positivo

Além das mudanças no vale-alimentação e nas políticas para entregadores, o Ministério do Trabalho apresentou dados atualizados sobre o mercado de emprego formal. Segundo o Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), o Brasil registrou saldo positivo de 147.358 empregos com carteira assinada em agosto.

O número resulta de 2.239.895 admissões e 2.092.537 desligamentos, confirmando a tendência de estabilidade do mercado, mesmo diante de um cenário econômico desafiador. Em comparação com julho, houve aumento — naquele mês, o saldo foi de 134.251 vagas.

Embora o resultado esteja abaixo dos números de agosto de 2022 (quando o país criou mais de 239 mil vagas), ele reflete resiliência no emprego formal. O desempenho positivo mostra que as políticas de incentivo à geração de trabalho continuam surtindo efeito.

Esses dados reforçam a importância de programas que fortalecem o poder de compra e mantêm o consumo interno aquecido, como o vale-alimentação. Com trabalhadores mais protegidos e empresas em funcionamento, o ciclo econômico se sustenta e contribui para o crescimento social.

O impacto das mudanças

As alterações no vale-alimentação prometem beneficiar toda a cadeia envolvida: trabalhadores, empresas e comerciantes. A expectativa é que as novas regras reduzam custos operacionais, acelerem repasses e tornem o sistema mais justo e transparente.

Ao mesmo tempo, a medida dialoga com o cenário atual de busca por melhores condições de trabalho e fortalecimento da economia real. O governo aposta em ajustes que conciliem as necessidades do mercado com a valorização dos profissionais e a proteção do poder de compra das famílias brasileiras.

As próximas semanas devem trazer novas definições sobre as mudanças no Programa de Alimentação do Trabalhador. Enquanto isso, o setor segue atento, aguardando a divulgação oficial das medidas que poderão transformar um dos benefícios mais tradicionais e importantes do país.

 

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