Quanto tempo leva para as fitas do Bonfim se romperem?

Quem nunca ouviu os versos encantadores de Dorival Caymmi? Em São Salvador, ele canta:

“São Salvador, Baía de São Salvador, A terra do Nosso Senhor, Do Nosso Senhor do Bonfim”.

Essa canção de 1960 homenageia a Bahia, terra de fé, sincretismo e, claro, das famosas fitinhas do Senhor do Bonfim, que carregam consigo histórias fascinantes.

Origem das fitinhas

As fitinhas, hoje conhecidas no mundo inteiro, têm uma origem curiosa. Elas foram criadas por Manoel Antônio da Silva Serva, um português que chegou à Bahia em 1788. Ele não apenas era comerciante, mas também um pioneiro na imprensa brasileira! Fundou o primeiro jornal do país, o Idade d’Ouro do Brazil, em 1811, e a primeira revista, Variedades ou Ensaios de Literatura, em 1812.

Participe do nosso grupo de notícias no WhatsApp: Quero Participar

Em 1809, já como tesoureiro da Irmandade do Senhor do Bonfim, Silva Serva teve a ideia genial: transformar os cordões de algodão que mediam o braço da imagem de Cristo da Basílica do Bonfim em fitas que poderiam ser vendidas. O dinheiro arrecadado ajudava a manter a igreja, e as fitinhas viraram símbolo de fé e tradição.

Sincretismo e cores das fitinhas

Cada cor das fitinhas tem um significado ligado ao candomblé, demonstrando a rica conexão entre culturas:

  • Verde escuro: Oxóssi
  • Azul claro: Iemanjá
  • Amarelo: Oxum
  • Branco: Oxalá
  • Vermelho: Iansã

Essa união de crenças religiosas é uma marca do sincretismo baiano, onde o sagrado se encontra com o popular.

Tradição dos nós e pedidos

Você sabia que as fitinhas devem ser amarradas com três nós? Para cada nó, um pedido. Mas só vale se você esperar a fitinha se romper naturalmente! Acredita-se que, quanto mais fé, mais rápido ela rompe e os desejos são realizados.

Uma curiosidade interessante é que o tempo de rompimento das fitinhas pode variar muito, mas segue uma lógica estatística. Assim como acontece com a resistência de materiais, como clipes de papel ou vidros, a quebra das fitinhas é influenciada por diversos fatores e pode ser prevista com alguma precisão. Fascinante, não é?

De promessas a tradições

A devoção ao Senhor do Bonfim começou com o capitão português Theodózio Rodrigues de Faria. Após sobreviver a um naufrágio, ele trouxe a imagem de Cristo para Salvador em agradecimento. Ele está enterrado na Basílica, reconhecido como o primeiro grande benfeitor da igreja.

Hoje, a Lavagem do Bonfim, realizada na segunda quinta-feira do ano, é um momento mágico em Salvador, misturando fé e festa. Como cantou Gilberto Gil em Lavagem do Bonfim:
“Lembra bem dos degraus da igreja / Guarda um pouco de suor pra que seja / Misturado às águas e às mágoas de lavar o chão.”

Compartilhe

📱 Participe do nosso grupo no WhatsApp e receba as notícias em tempo real:

Grupo do WhatsApp

📸 Não perca nenhuma atualização! Siga-nos no Instagram:

Coruja News no Instagram

© Todos os direito reservados ao Coruja News! Não é permitido cópia!