Uma funcionária do Burger King foi demitida por justa causa após usar uma expressão capacitista para identificar um cliente em uma unidade da zona leste de São Paulo. O constrangimento ocorreu no sábado, 26, e ganhou destaque nas redes sociais depois que a imagem da nota fiscal foi divulgada.
No local onde deveria estar escrito o nome do cliente, a funcionária colocou: “debmental”, isto é, termo considerado ofensivo e discriminatório contra pessoas com deficiência. A postagem rapidamente viralizou, gerando indignação e críticas à atitude da funcionária.

Em relação ao incidente ocorrido em uma de suas lojas, a Burger King diz que, após investigação interna, a colaboradora que fez este ato discriminatório foi imediatamente desligada da empresa, em conformidade com o código de conduta da companhia, ou seja recebeu justa causa;
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A cliente que sofreu o ato preconceituoso por parte da colaboradora da rede não foi localizada pela reportagem.
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“Não toleramos esse tipo de comportamento e estamos comprometidos em manter ambientes acolhedores e seguros para nossos funcionários e clientes. Reforçaremos nossos treinamentos internos para garantir que situações como essa não se repitam”, afirmou ainda o Burger King.
A Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo foi procurada e disse que, até o momento, a Polícia Civil de São Paulo, não houve registro da ocorrência.
O termo que se escreve “debilmental” é um nome pejorativo e ofensivo para se referir a pessoas com deficiência intelectual. Ele implica limitações cognitivas, que talvez a pessoa até tenha, mas carrega um peso negativo e discriminatório, reforçando estigmas. Hoje, é inadequado e desrespeitoso; o correto é falar em “pessoa com deficiência intelectual” para respeitar a dignidade humana.
Na década de 90, existiu um filme chamado Debi & Lóide, muito famoso entre os jovens da época. A história gira em torno de dois amigos que tem um comportamento meio bobo e tolo e acabam se encontrando em grandes confusões. Toda via, apesar de ser feito para arrancar risadas, o título brasileiro toca em uma questão sensível. Ele usa o termo “débiloide” para se referir aos personagens, um termo que vem do capacitismo.
Mesmo que o filme seja leve, é importante entender que certas piadas e termos podem ferir ou reforçar visões capacitistas.
Chamar alguém ou um cliente de “débil” ou “débiloide”, já foi muito usada para se referir, de forma negativa, a pessoas com deficiência intelectual. Hoje, sabemos que palavras assim carregam preconceito e machucam. Principalmente para se referir a um cliente.
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