Envenenamento mata mais de 1 milhão de abelhas em Cachoeira e levanta alerta ambienta- Veja vídeo

Envenenamento mata mais de 1 milhão de abelhas em Cachoeira e levanta alerta ambienta Envenenamento mata mais de 1 milhão de abelhas em Cachoeira e levanta alerta ambienta
Envenenamento mata mais de 1 milhão de abelhas em Cachoeira e levanta alerta ambienta

Um episódio gravíssimo aconteceu na última quinta-feira, no distrito rural de Alecrim, em Cachoeira (BA): um apiário com 12 colmeias superpopulosas — abrigando cerca de 1,2 milhão de abelhas — foi completamente dizimado da noite para o dia. A perda não foi apenas material, mas também um sinal de alerta sobre o desequilíbrio ambiental provocado por ações humanas.

A cidade de Cachoeira, tradicional produtora de mel e conhecida no estado por seu potencial apícola, está entre os municípios que mais contribuem para o ranking da produção de mel na Bahia. Por isso, a mortandade em massa dessas abelhas causou grande comoção entre os produtores locais.

O apicultor Gustavo Falcón, que atua na área há mais de 40 anos e é referência no setor, disse que nunca tinha visto nada igual. Fundador da Associação de Apicultores do Recôncavo e com apiários em diversas regiões, ele alertou que o impacto foi gigantesco, principalmente porque a área atingida não costuma utilizar agrotóxicos. “É uma região onde predominam os pequenos agricultores, que geralmente evitam o uso de químicos pesados. Justamente por isso, o choque foi ainda maior”, disse.

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Apesar disso, há uma forte suspeita de que fazendas vizinhas tenham feito uso recente de herbicidas altamente tóxicos, como o glifosato, para tratar as pastagens. Essa substância é conhecida por seus efeitos nocivos em insetos e pode ter causado o colapso das colmeias em poucas horas.

O apicultor documentou todo o cenário da tragédia: colmeias destruídas, milhares de abelhas mortas e um vazio no apiário. Ele recolheu amostras congeladas dos enxames para análise e já notificou as autoridades competentes: a Associação de Apicultores do Recôncavo, a ADAB (Associação de Defesa Agropecuária da Bahia), a Secretaria do Meio Ambiente de Cachoeira e o Conselho Municipal do Meio Ambiente.

Esses órgãos estão agora investigando as causas do envenenamento e deverão apresentar um laudo técnico sobre o que, de fato, levou à morte das abelhas. A partir disso, serão discutidas medidas para responsabilizar os causadores do dano, reparar os prejuízos e, acima de tudo, reforçar a fiscalização para que esse tipo de desastre não volte a acontecer.

Gustavo Falcón reforça que as abelhas funcionam como verdadeiros termômetros da natureza. Quando morrem em grandes quantidades, é sinal de que algo está profundamente errado no ambiente. “Elas são sensíveis aos agrotóxicos, por isso morrem primeiro. Se as abelhas estão morrendo, em breve os humanos também vão sentir os efeitos”, alerta.

O uso indiscriminado de agrotóxicos não afeta apenas os insetos: prejudica toda a cadeia alimentar, contamina os solos, compromete as fontes de água e pode trazer sérias consequências à saúde das pessoas. Em regiões como o Recôncavo Baiano, onde a agricultura familiar é predominante, esse tipo de impacto ameaça diretamente a subsistência de dezenas de famílias.

Além disso, Cachoeira é um polo importante de meliponicultura (criação de abelhas sem ferrão) e apicultura orgânica. O mel produzido na região é conhecido por sua qualidade e por atrair consumidores em todo o estado. Um envenenamento como esse pode comprometer a credibilidade e o desenvolvimento da atividade como um todo.

A expectativa agora é que as autoridades acelerem as investigações e tomem providências urgentes para garantir proteção aos apicultores e ao meio ambiente. O caso em Cachoeira serve como um triste exemplo dos riscos do uso indiscriminado de substâncias químicas na agricultura — e um alerta que não pode ser ignorado.

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