O objetivo da empresa de Erilene Monteiro é incluir e dar mais independência para jovens com síndrome de Down e conta que toda a pizzaria terá funcionários desde atendente a gerente com a síndrome. A Pizza Maker & Down já foi inaugurada no shopping Norte Janga, em Paulista, litoral norte de Pernambucano.
As pizzas custam em média R$ 39,90, e terá quatro funcionários fixos e terá rodízio entre os demais. Em seu cardápio, o cliente terá opções que vão além das pizzas, terá também petiscos e lasanha.
A empreendedora relata que a ideia surgiu em 2018, quando analisou “a força de superação” de seu sobrinho Matheus, que na época tinha 6 anos e que tem síndrome de Down – condição genética causada pela presença de três cromossomos no par 21. “Observando suas habilidades em diversas atividades, decidi criar um projeto que promovesse cidadania e, principalmente, geração de renda para ele e para todos que têm a condição”, enfatiza a chef.
Participe do nosso grupo de notícias no WhatsApp: Quero Participar
Monteiro é dona de uma escola de cursos básicos e avançados de pizzaiolos cerca de 25 anos, e conta que aproveitou a estrutura para oferecer gratuitamente especialização e formação profissional para pessoas com Down de 15 a 40 anos, com todas as adaptações necessárias. Mas mesmo formados, os pizzaiolos ainda estavam tendo dificuldades para entrar no mercado de trabalho, talvez por conta do preconceito.
Veja também:
Veja também: Mãe se torna brigadista após tragédia: perdeu filho em incêndios no Pantanal
Veja também: Após sobreviver a ataque de tubarão, atleta busca ouro na Paralimpíada
A empresaria investiu cerca de R$ 100 mil, realizado pela própria chef e sua sócia Andreia Araújo, a pizzaria foi instalada utilizando os equipamentos que Monteiro já tinha em sua escola. Além disso, muitos dos ingredientes foram fornecidos por parceiros.
Além da pizzaria, Monteiro e a administradora do shopping center estão criando um Projeto de Lei (PL) qde incluir mais pessoas portadoras da síndrome no mercado de trabalho. “Nós estamos lutando para que a cada 100 funcionários, a empresa tenha pelo menos um Down”, afirma Monteiro.
“A sociedade tem que conhecer, abraçar, respeitar e incluir, pois eles todos são capazes de trabalhar e está na sociedade. Eles são muito inteligentes… acrescenta Alves.
O projeto de formação para pessoas com síndrome de Down, que continua funcionando na escola de Monteiro, já formou cerca de 40 pizzaiolos. A empreendedora conta que, o sobrinho ainda é pequeno, mas que em breve irá aprender a fazer pizzas e participará da empresa.
No Brasil, existem cerca de 300 mil pessoas com Síndrome de Down, e a condição ocorre em 1 a cada 700 nascimentos no país. Toda via, mesmo atualmente, o preconceito continua sendo um dos principais problemas para colocar jovens no mercado de trabalho.
Apesar desses desafios, Erilene desabafou que é tudo feito com muito amor e dedicação.
“Os meninos chegaram aqui e alguns nem falavam. Outros foram um pouco tímidos e um pouco irritados, mas com carinho e atenção conseguimos superar isso, e hoje estão todos felizes. Eles se adaptaram! Para mim, isso é o que realmente importa; não há dinheiro que compre a felicidade deles”, afirmou.
Compartilhe
