Baiana realiza sonho da maternidade com barriga de aluguel da prima do marido; Entenda a história

A médica anestesiologista baiana Letícia Maltez sempre soube que a maternidade fazia parte de seus planos. O que ela não imaginava é que o caminho até realizar esse sonho exigiria tanto dela — física e emocionalmente. No ano passado, antes mesmo de qualquer tentativa formal de engravidar, Letícia sentiu um chamado interno difícil de ignorar. “Algo dentro de mim começou a gritar que era hora. Como se meu corpo soubesse de algo que minha mente ainda não sabia”, conta.

Pouco tempo depois, veio o diagnóstico que mudaria tudo: câncer de ovário em estágio avançado, exigindo a retirada do útero, ovários e trompas. A suspeita inicial de endometriose deu lugar a um cenário mais grave. “O chão sumiu. Eu estava saudável, cheia de planos, pronta para ser mãe. De repente, recebi uma notícia que parecia me roubar tudo. O que mais me doía nem era a doença em si — era o medo de não poder viver a maternidade como eu sonhava”, relembra.

Congelamento de óvulos: a esperança preservada

Antes da cirurgia para remoção dos órgãos atingidos, Letícia teve a chance de coletar e congelar seus óvulos, preservando a possibilidade de ter um filho com seu material genético. Foram captados 13 óvulos maduros, que seguiram para armazenamento por criogenia.

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De acordo com a oncologista Clarissa Mathias, que acompanhou o caso, o congelamento de óvulos não é apenas uma alternativa em contextos de doença. “Muitas mulheres que desejam adiar a maternidade para focar em suas carreiras ou outros projetos podem recorrer a esse método, preservando sua fertilidade para o futuro”, explica.

Casos como o de Letícia não são isolados. A atriz Angelina Jolie enfrentou um processo semelhante ao optar pela retirada preventiva dos ovários e trompas, por histórico familiar de câncer. A criopreservação de óvulos deu a ela a chance de manter a possibilidade de novas gestações biológicas.

A jornada pela barriga solidária

Com os óvulos armazenados e o tratamento de quimioterapia iniciado, Letícia e o marido, Gustavo, partiram em busca de uma barriga solidária — uma forma legal no Brasil de viabilizar a gestação com ajuda de parentes até o terceiro grau. Foi então que uma prima de Gustavo se ofereceu para realizar esse gesto de amor.

“Foi como se o universo conspirasse a nosso favor. A avó de Gustavo, que é médium, disse à prima que essa era a missão de vida dela: trazer essa criança ao mundo por nós. Ela também falou que esse bebê já existia espiritualmente e que ela havia sido escolhida para nos ajudar a recebê-lo com amor. Foi impossível não se emocionar”, conta Letícia.

Com apoio jurídico e médico, o processo avançou. Os óvulos de Letícia foram fertilizados com o sêmen de Gustavo, e a gestação começou em fevereiro deste ano. O bebê já tem nome: Gabriel.

Maternidade que transcende o corpo

Para Letícia, a experiência redefiniu o significado de ser mãe. “Quando ouvi os batimentos do Gabriel pela primeira vez, senti que renasci. Ali estava o sentido de tudo o que enfrentei. Descobri que ser mãe é um amor que rompe a carne, transcende o corpo. É um amor que nasce antes do filho e encontra um caminho para existir, seja por útero doado, adoção ou qualquer outro milagre da vida”, descreve.

Hoje, ela acompanha a gestação lado a lado da prima do marido, cuidando de cada detalhe. “Preparo o enxoval, escolho as cores do quartinho, vou a cada consulta com o coração na mão e os olhos marejados. É uma gestação vivida com a alma”, diz, emocionada.

O que a história de Letícia ensina?

Além de ser um exemplo de superação e amor, a trajetória de Letícia reforça um ponto importante: a medicina reprodutiva, combinada com o apoio emocional e familiar, pode abrir caminhos mesmo em momentos de extrema adversidade.
O congelamento de óvulos e a barriga solidária são alternativas legítimas e possíveis para quem deseja manter vivo o sonho da maternidade ou paternidade — mesmo diante de desafios inesperados como o câncer.

Se você passa por uma situação semelhante ou deseja planejar a maternidade de forma consciente, vale buscar orientação com especialistas em fertilidade e direito reprodutivo. Informação de qualidade é o primeiro passo para escolhas seguras.

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