Um crime brutal abalou os moradores de Itaituba, no interior do Pará. Igor de Sousa Mendes, de 31 anos, é apontado como o principal suspeito de assassinar a própria mãe, Marília de Sousa Mendes, 54 anos, com ao menos oito golpes de faca. O homicídio aconteceu no último domingo (13), apenas um dia após o filho protagonizar uma emocionante homenagem à vítima durante um culto evangélico.
No sábado, diante de uma plateia comovida, Igor pediu que a mãe se levantasse para ser reconhecida pelo público. Em voz embargada, declarou pela primeira vez um “eu te amo” em público. Disse ainda que nunca tinha conseguido verbalizar esse sentimento, apesar de ela ter sido quem o criou. A fala foi recebida com aplausos. Horas depois, ele a mataria de forma violenta.
Do culto ao crime: sequência de eventos surpreende a cidade
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No dia seguinte à homenagem, Igor foi batizado, também em uma cerimônia religiosa. Segundo a investigação, poucas horas após esse ritual de fé, ele cometeu o assassinato dentro da própria casa. O caso chocou pela sequência dos fatos e pela aparente frieza do autor.
Quando a Polícia Militar chegou ao local, Igor tentava fugir. Durante a abordagem, segundo os agentes, ele teria reagido, sendo baleado e socorrido em seguida. Permanece internado sob custódia no Hospital Regional do Tapajós. Seu estado de saúde não foi divulgado oficialmente.
Investigação em andamento
A Polícia Civil apura as circunstâncias do crime e já começou a ouvir testemunhas. Laudos periciais devem ajudar a esclarecer pontos cruciais, como a dinâmica exata do ataque e o estado mental do suspeito no momento do homicídio.
De acordo com o Diário do Pará, Igor confessou o assassinato ainda no hospital. Ele teria dito que agiu sob efeito de drogas e alegou, sem demonstrar arrependimento, que havia recebido uma “ordem divina” para cometer o crime. A fala preocupa investigadores e reforça a necessidade de avaliação psicológica do acusado.
Um caso que escancara o abismo entre aparência e realidade
Para além da violência física, o crime lança luz sobre uma questão delicada: como sinais públicos de afeto podem contrastar com conflitos internos não resolvidos. A homenagem em público, o batismo e a posterior brutalidade com que a vítima foi assassinada evidenciam uma quebra profunda entre o discurso e a ação.
A cidade de Itaituba, abalada pelo caso, acompanha a apuração com perplexidade e indignação. Marília, descrita por vizinhos como uma mulher dedicada à família, foi enterrada na presença de amigos e parentes consternados.
O caso segue sob investigação, e Igor deverá responder por homicídio qualificado. O motivo ainda é desconhecido, mas a frieza da ação e o contexto religioso envolvido tornam o episódio ainda mais complexo do ponto de vista psicológico, social e judicial.
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