A violência das facções criminosas no Ceará atingiu um novo nível, impactando diretamente empresas e moradores. O provedor de internet GPX Telecom, que operava há nove anos em Caucaia, anunciou o encerramento definitivo das atividades após sofrer um ataque devastador. Em poucos minutos, criminosos destruíram equipamentos essenciais para o funcionamento da empresa, tornando inviável a continuidade dos serviços.
“Infelizmente, em meros 20 minutos, atos de vandalismo devastaram tudo o que construímos com tanto esforço e comprometimento, levando-nos a tomar a difícil decisão de encerrar nossas operações”, informou a empresa em nota oficial.
Facções impõem extorsão e atacam provedores
O ataque à GPX Telecom faz parte de uma onda de investidas criminosas contra provedores de internet no Ceará, que já vem ocorrendo desde fevereiro. Facções exigem pagamentos das empresas para permitir a oferta de serviço e, quando a exigência não é atendida, promovem retaliações violentas. Os crimes incluem cortes de cabos, incêndio de veículos e ataques armados às sedes das empresas.
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Segundo informações do G1 Ceará, pelo menos cinco provedores já foram alvo de facções, deixando milhares de clientes sem conexão. As cidades mais afetadas até o momento são Fortaleza, Caucaia, Caridade e São Gonçalo do Amarante.
Empresários sem segurança e população refém
O provedor GPX Telecom atendia os bairros Parque Soledade, São Gerardo e Ponte Rio Ceará e lamentou o ocorrido, destacando a insegurança generalizada. “Esse triste episódio evidencia a fragilidade da segurança em que vivemos. O trabalho árduo de anos pode ser destruído em questão de minutos. Sempre priorizamos a qualidade e a legalidade, e somos imensamente gratos pela confiança que nossos clientes depositaram em nós”, comunicou a empresa.
Na última semana, seis ataques foram registrados no estado, sendo dois em Fortaleza. Em Caridade, onde a população é de cerca de 22,5 mil habitantes, 90% dos clientes de um provedor ficaram sem internet após os criminosos agirem.
O medo se espalha entre empresários do setor, que temem ser os próximos alvos. Enquanto isso, a população sofre com a instabilidade no serviço e a crescente violência que ameaça a normalidade do dia a dia.
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