Dona de clínica é acusada de quatro crimes após morte de influencer em procedimento estético

Dona de clínica é acusada de quatro crimes após morte de influencer em procedimento estético

Dona de clínica é acusada de quatro crimes após morte de influencer em procedimento estético

A modelo e influenciadora digital Aline Ferreira, de 33 anos, faleceu após realizar um procedimento para aumento dos glúteos em uma clínica de estética em Goiânia, Goiás. Um dia após a sua morte, Grazielly Barbosa, a responsável pela aplicação da substância e proprietária da clínica, foi detida pela Polícia Civil.

O estabelecimento funcionava sem alvará sanitário e Barbosa atendia pacientes apesar de não ter formação em biomedicina nem registro no Conselho Profissional da área, conforme as investigações da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon).

A Polícia Civil de Goiás está investigando Grazielly da Silva Barbosa, proprietária da clínica estética Ame-se em Goiânia, por quatro crimes diferentes relacionados à morte da influenciadora digital Aline Maria Ferreira, de 33 anos, após um procedimento estético para aumentar os glúteos realizado por ela.

Grazielly foi detida na quarta-feira (3) e sua clínica foi fechada pela Vigilância Sanitária por falta de alvará de funcionamento e ausência de responsável técnico. O G1 solicitou um posicionamento da defesa de Grazielly, mas não obteve resposta até a última atualização da reportagem.

Segundo a delegada Débora Melo, que lidera o caso, Grazielly está sendo investigada por crimes contra as relações de consumo, por ter falsificado sua qualificação, induzido pacientes ao erro ao não fornecer informações adequadas sobre os procedimentos realizados, e por não ter explicado os riscos envolvidos na aplicação de polimetilmetacrilato (PMMA), uma substância plástica.

Além disso, Grazielly é suspeita de exercício ilegal da medicina e prática de serviço de alta periculosidade. A delegada afirmou que a empresária variou em suas declarações sobre o uso de PMMA na influenciadora, alternando entre admitir e negar o uso da substância.

Um segundo inquérito foi aberto para investigar se houve lesão corporal seguida de morte no caso de Aline Maria. A delegada aguarda um laudo pericial que determinará se o preenchimento nos glúteos contribuiu para a morte da influenciadora.

“Ao que ela nos contou, ela completou até o terceiro período do curso de medicina em uma faculdade no Paraguai, mas isso aconteceu há alguns anos, já que ela interrompeu os estudos há três anos. Portanto, ela estudou apenas três períodos de medicina, e é isso o que podemos afirmar”, destacou a delegada Débora Melo, responsável pelo caso, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira dia 04.

Durante as buscas na clínica, os policiais não encontraram contratos de prestação de serviços, prontuários ou documentos que registrassem entrevistas com pacientes, sugerindo negligência na avaliação de condições de risco antes dos procedimentos.

No dia do procedimento de Aline, Grazielly higienizou a região dos glúteos e marcou os locais onde aplicaria o produto. Segundo o marido da influenciadora, foram injetados 30ml de PMMA em cada glúteo durante a primeira sessão, apesar de planejar três sessões. Aline pagou R$ 3 mil pelo procedimento.

Após retornar a Brasília, Aline começou a sentir dores intensas, fraqueza e febre, mas a clínica atribuiu essas reações a uma resposta “normal” ao procedimento. As condições de Aline se deterioraram rapidamente, levando-a a ser hospitalizada e, eventualmente, à sua morte.

O corpo de Aline foi velado e sepultado no cemitério Campo da Esperança do Gama, após um período de intensa luta pela vida no hospital.

Fonte: G1

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