Inema resgata lobo-guará com queimaduras após incêndio na floresta do Oeste da Bahia

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Inema resgata lobo-guará com queimaduras após incêndio na floresta do Oeste da Bahia

Conhecido por sua biodiversidade e lar de diversas espécies silvestres, o Cerrado da Bahia, está passando por uma situação difícil com os incêndios na região Oeste, impactando diretamente a fauna local.

Diante desse cenário, o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) tem tomado medidas para conservar a vida dos animais e da flora.

A equipe técnica da Unidade Regional (UR) de Barreiras resgatou um filhote de lobo-guará em Coaceral, na cidade de Formosa do Rio Preto, localizada a 1.026 quilômetros de Salvador, após o animal ter sido atingido por chamas do incêndio. O filhote foi encontrado em estado debilitado, com queimaduras graves nas patas e sinais de desidratação. Ele foi prontamente encaminhado ao Parque Vida Cerrado, parceiro do Inema, que cuida de animais resgatados na região Oeste.

Responsável pelo resgate, Danilo Cezar Souza, contou a gravidade da situação e diz:

“Quando fizemos o resgate, ele estava muito debilitado, com as patas queimadas, indicando que tentou fugir das chamas, mas não conseguiu andar muito. Entramos em contato com o Parque Vida Cerrado, e agora ele está recebendo os cuidados necessários para sua recuperação”, explicou.

O lobo-guará, um símbolo do Cerrado, passou por atendimento veterinário no Parque Vida Cerrado, onde recebeu os cuidados da veterinária Paula Damasceno. “Recebemos esse animal, que é um filhote macho de somente quatro meses de vida, e ele chegou num estado muito grave, com as patinhas com queimadura de segundo grau e intoxicado, provavelmente por fumaça… Estamos fazendo o máximo para recuperar a saúde do Onívoro.

Paula afirma ainda que conseguiu estabilizar o animal desde o momento da chegada, mas o estado ainda é de risco. “Conseguimos estabilizar ele, estamos fazendo todo um tratamento para controle da dor, tratando das queimaduras, para controle da infecção. Agora ele está estável, mas ainda não está fora de risco. O tratamento leva muito tempo, mas a gente está torcendo para que ele responda bem e se recupere”, almeja a veterinária.

No Parque também está sob cuidados um filhote de cachorro-do-mato, que, mesmo que não tenha sido afetado por incêndios florestais, apresentava sinais de desidratação. O animal foi encontrado por parceiros locais e resgatado pela Unidade Regional (UR) no município de São Desidério.

“Esse filhote foi perdido da mãe, suspeita-se de que a mãe tenha morrido, já que outros filhotes foram encontrados mortos também. Trouxemos esse animal para o Parque Vida Cerrado, para receber os primeiros cuidados. Assim que estiver condição, esse animal vai ser transferido para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) de Pituaçu, em Salvador”, explicou o servidor da UR.
Projeto de reabilitação do lobo-guará

Conservar a vida dos animais tem uma importância científico, sendo fundamental para a pesquisa sobre o Cerrado e suas espécies nativas. Preservar a fauna é, portanto, uma responsabilidade que ajuda a garantir o equilíbrio natural e a sustentabilidade ambiental.
Coordenadora do Parque Vida Cerrado, Gabrielle de Rosa explica que o Projeto iniciou com o objetivo de salvar a fauna baiana. Se todo ano morrer animais silvestres por conta de incêndios um dia não teremos mais os animais; “O projeto de reabilitação e soltura nasce nesse projeto de monitoramento onde a gente indica áreas agrícolas que tenham condições de desenvolver e suportar um projeto de reabilitação e soltura. Há dois anos, recebemos uma fêmea que também veio do Inema, que é a Caliandra, que se reproduziu em vida livre”, enfatiza Gabrielle.

O serviço para salvar os animais silvestres está disponível pelo Disque Resgate, via WhatsApp (71) 99661-3998, para que a população possa contribuir com a preservação da fauna local.

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