Um dos momentos mais marcantes e emocionantes da vida de Jô Soares foi revelado pelo próprio apresentador em uma entrevista concedida em 2015 ao jornalista Marcelo Bonfá. Trata-se de uma história que fala sobre dor, empatia e, principalmente, sobre o poder transformador do perdão.
Jô contou como, anos após perder sua mãe, Mercedes Leal Soares, em um trágico atropelamento, reencontrou por acaso o motorista envolvido no acidente. O episódio aconteceu num dia chuvoso, quando Mercedes, aos 70 anos, foi atingida por um táxi e sofreu uma fratura grave na base do crânio. Segundo Jô, o taxista não teve culpa alguma: prestou socorro imediato e ficou ao lado do pai do humorista até o último instante, demonstrando um gesto de humanidade e responsabilidade que o marcou profundamente.
Dez anos depois, o destino trouxe os dois homens novamente frente a frente.
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O Reencontro Que Mudou Duas Vidas
Era um dia comum quando Jô pegou um táxi no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro. Durante a viagem, tudo parecia dentro da normalidade, até que, ao chegar em casa, o motorista tomou coragem e revelou algo surpreendente:
“Seu Jô, fui eu quem atropelei sua mãe. Desde aquele dia, há dez anos, eu não consigo mais dormir em paz. Eu precisava ouvir do senhor que estou perdoado.”
O taxista, visivelmente emocionado, carregava uma culpa silenciosa há uma década, mesmo sabendo que o acidente fora inevitável. A reação de Jô Soares, no entanto, foi de uma serenidade tocante. Sem hesitar, ele respondeu:
“Meu filho, você está perdoado desde o dia em que socorreu minha mãe e ficou ao lado do meu pai até ela partir. Você não teve culpa nenhuma. O perdão já foi dado há muito tempo. Vai em paz.”
Ambos choraram. O motorista, aliviado, e Jô, emocionado, reforçaram naquele momento o significado verdadeiro do perdão.
O Perdão Como Essência da Humanidade
Para Jô Soares, aquele episódio não era apenas uma lembrança pessoal dolorosa, mas uma lição de vida sobre empatia e compaixão. Ele disse que, para ele, o perdão é a base do cristianismo e que aprendeu com sua mãe a importância de acolher o outro, mesmo nas situações mais difíceis.
“Aquele homem não dormia há dez anos, e eu chorei com ele porque senti a dor que ele carregava. O perdão liberta. Eu já tinha perdoado no dia do acidente, mas naquele momento, ele precisava ouvir. E eu precisava dizer. Foi um alívio para nós dois”, afirmou Jô.
Essa história de Jô Soares nos lembra que a culpa, mesmo quando não existe intenção de causar mal, pode ser um fardo imenso para quem carrega. Mas o perdão, quando dado de coração, tem o poder de curar feridas profundas, tanto em quem o oferece quanto em quem o recebe.
É um exemplo claro de que, muitas vezes, um simples gesto de acolhimento pode transformar a vida de uma pessoa, tirando-a do peso da autopunição e levando-a de volta à paz.
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