Um ataque brutal ocorrido na noite de terça-feira (17) voltou a expor a insegurança na navegação fluvial da região Norte do país. O empresário e comandante de embarcação Edionar Medeiros de França foi morto a tiros após tentar reagir a um assalto praticado por criminosos conhecidos como os temidos “piratas do Madeira”, em uma área rural de Porto Velho (RO).
A ação criminosa aconteceu no Ramal Tamanduá, próximo à comunidade de Cujubinzinho, quando ao menos quatro homens encapuzados e fortemente armados se aproximaram da embarcação em uma voadeira — um tipo de barco rápido, comum na região amazônica. Segundo testemunhas, três deles invadiram o navio, enquanto o quarto ficou dando cobertura para a fuga.
Capitão tentou reagir ao assalto
Participe do nosso grupo de notícias no WhatsApp: Quero Participar
Durante a ação, Edionar, que comandava a embarcação, tentou reagir ao assalto. De acordo com relatos de tripulantes, ele entrou em luta corporal com um dos invasores e chegou a empurrá-lo para dentro do rio. No entanto, a reação desencadeou uma resposta violenta dos demais criminosos: o empresário foi atingido com coronhadas e em seguida baleado diversas vezes.
Após o assassinato, os bandidos fugiram do local levando uma lancha da embarcação e um motor Mercury 60 HP, avaliado em milhares de reais. A tripulação, em estado de choque, conseguiu conduzir o navio até uma comunidade próxima, onde moradores prestaram os primeiros socorros e acionaram as autoridades.
Investigação aponta latrocínio
A Polícia Civil de Rondônia investiga o caso como latrocínio — roubo seguido de morte. A Politec (perícia técnica) e o Instituto Médico Legal (IML) estiveram no local para a remoção do corpo e coleta de evidências que possam ajudar a identificar os criminosos. Até o momento, nenhum suspeito foi preso.
Cresce a violência fluvial na Amazônia
Casos como o de Edionar não são isolados. A atuação de “piratas” — como são chamados os assaltantes de embarcações nos rios amazônicos — tem se tornado um problema grave na região. Esses grupos agem com violência, armamento pesado e conhecimento das rotas fluviais, colocando em risco a vida de pescadores, empresários e ribeirinhos que dependem do transporte fluvial para trabalhar e viver.
Clamor por segurança
O assassinato de Edionar reacende o alerta para a falta de policiamento e ações efetivas de segurança nos rios da Amazônia Legal. Moradores da comunidade de Cujubinzinho relatam viver com medo constante e clamam por mais presença do Estado para combater esses crimes que, infelizmente, têm se tornado cada vez mais frequentes e letais.
A família de Edionar, abalada, pede justiça. O empresário era conhecido na região por sua atuação no transporte fluvial e por prestar apoio a comunidades ribeirinhas. Seu velório será realizado em Porto Velho, e amigos e moradores já organizam homenagens para prestar a última despedida ao capitão que morreu defendendo sua tripulação.
A Polícia segue em diligência para localizar os autores e recuperar os bens roubados. Informações que possam ajudar nas investigações podem ser repassadas de forma anônima pelo Disque Denúncia 197.
Compartilhe