O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta quarta-feira (16) que a Coca-Cola concordou em substituir o xarope de milho com alto teor de frutose por açúcar de cana nas bebidas vendidas no mercado norte-americano. A afirmação foi feita por meio da rede social Truth Social, plataforma criada pelo próprio Trump. No entanto, até o momento, a empresa não confirmou oficialmente a mudança na fórmula.
Segundo Trump, o pedido teria partido dele. “Tenho conversado com a Coca-Cola sobre o uso de açúcar de cana REAL na Coca-Cola nos Estados Unidos, e eles concordaram em fazê-lo. Gostaria de agradecer às autoridades da empresa. Essa será uma medida muito boa, vocês verão. É simplesmente melhor!”, publicou.
A Coca-Cola, com sede em Atlanta, respondeu com cautela à repercussão. Em nota à imprensa, um porta-voz afirmou apenas que a companhia aprecia o entusiasmo do ex-presidente, mas que quaisquer atualizações sobre seus produtos serão divulgadas em momento oportuno.
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Consumidores já encontram Coca com açúcar de cana, mas de fora
Embora o refrigerante tradicional nos EUA utilize há décadas o xarope de milho como adoçante, é possível encontrar versões com açúcar de cana, como a Coca-Cola importada do México, vendida em garrafas de vidro. Essas versões são populares entre consumidores que preferem o sabor mais próximo ao da fórmula original do século XX.
Setor de milho reage à possível mudança
A fala de Trump gerou preocupação imediata entre representantes da indústria agrícola, especialmente no setor de milho, um dos pilares da economia agrícola norte-americana. John Bode, presidente da Associação dos Refinadores de Milho, criticou a proposta e alertou para os possíveis impactos econômicos.
“Substituir o xarope de milho com alto teor de frutose por açúcar de cana não faz sentido do ponto de vista nutricional, nem econômico. Isso afetaria milhares de empregos e incentivaria a importação de açúcar, o que contradiz o discurso de proteção à produção nacional”, declarou Bode a agências internacionais.
Coca-Cola Diet, a favorita de Trump, segue inalterada
Apesar da proposta envolver a fórmula tradicional, a possível reformulação não afetaria a Coca-Cola Diet — versão sem calorias e adoçada com aspartame, amplamente consumida por Trump. Durante sua presidência, ele chegou a instalar um botão no Salão Oval exclusivo para pedir a bebida, demonstrando seu apreço pela marca.
Curiosamente, em 2012, o próprio Trump já havia criticado a Coca-Cola Diet, alegando que ela poderia causar ganho de peso. Ainda assim, ironizou na ocasião: “Tudo bem, eu ainda vou continuar bebendo esse lixo”.
Polêmica alimenta debate sobre saúde, lobby e nacionalismo econômico
O episódio reacende discussões sobre a composição de alimentos industrializados nos Estados Unidos, os limites do lobby agrícola, e as contradições de políticas nacionalistas. Caso confirmada, a mudança poderá marcar um ponto de inflexão na indústria de bebidas, mas também causar tensões políticas e econômicas.
Enquanto a Coca-Cola mantém silêncio sobre qualquer alteração imediata, especialistas acompanham de perto a movimentação do mercado e aguardam um posicionamento mais claro da empresa.
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