Três bebês morrem em uma semana: Mães denunciam negligência em hospital

Nos primeiros dias de 2025, o Hospital Estadual de Luziânia (HEL), em Goiás, tornou-se palco de uma tragédia que abalou a região. Três recém-nascidos perderam a vida em uma mesma semana, levantando graves denúncias de negligência médica e falhas estruturais. Mães relataram demora nos atendimentos, diagnósticos tardios e procedimentos controversos que, segundo elas, contribuíram para os desfechos fatais.

“Foi como se arrancassem um pedaço de mim”, desabafa Jaqueline Alves, mãe de Helena, uma das bebês que não resistiu. Assim como ela, outras mulheres enfrentaram o luto precoce, transformando a busca por explicações e justiça em uma luta coletiva.

O caso de Jaqueline Alves: parto traumático e diagnóstico tardio

Jaqueline Alves, de 29 anos, viveu um dos momentos mais dolorosos de sua vida no dia 1º de janeiro de 2025. Já em trabalho de parto, ela deu entrada no HEL com a bolsa rompida e 4 centímetros de dilatação. Após horas sem avanços, pediu uma cesariana, mas seu pedido foi negado. A justificativa foi que a laqueadura, solicitada por ela, deveria ser realizada em conjunto com um parto normal.

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Helena nasceu em condições preocupantes: com o rosto roxo e uma clavícula quebrada, resultado de um trabalho de parto forçado. Jaqueline conta que a equipe médica não explicou adequadamente a gravidade da situação. “Minha filha chorava como quem não tinha mais forças, e ninguém me dava respostas claras”, relatou. Apesar de cuidados emergenciais, a recém-nascida não resistiu.

Helena foi enterrada no dia 8 de janeiro. Para Jaqueline, o mais difícil foi explicar aos outros filhos, de 9 e 5 anos, sobre a perda da irmã. “Dissemos que a Helena foi morar com o pai do céu. Foi a única forma que encontramos para confortá-los”, contou emocionada.

Yara Mafra: uma jovem mãe em meio ao descaso

Outro caso comovente é o de Yara Mafra dos Reis, de apenas 17 anos. Grávida de oito meses, ela buscou atendimento no hospital no dia 3 de janeiro após sentir fortes dores. Inicialmente, foi informada de que tudo estava bem, mas, horas depois, o quadro se agravou.

Sem explicações claras e com atendimento demorado, Yara foi submetida a uma cesariana emergencial. Contudo, sua filha já estava sem sinais vitais. “Fui impedida de ver minha filha quando ela nasceu. Só me trouxeram a bebê sem vida, enrolada em um pano”, lamentou Adriana Mafra, mãe de Yara, que também questiona a versão apresentada pelo hospital sobre um descolamento de placenta.

A falta de comunicação e o descaso relatados pela família reforçam as denúncias de outras mães que passaram por situações semelhantes na mesma unidade.

O que dizem as autoridades e os próximos passos

As denúncias das mães foram registradas na 1ª Delegacia Distrital de Polícia de Luziânia. Enquanto as famílias aguardam respostas, o Hospital Estadual de Luziânia e a Secretaria de Saúde de Goiás divulgaram uma nota explicando os óbitos recentes.

De acordo com o comunicado, as mortes foram atribuídas a complicações como prematuridade extrema, aspiração meconial e natimortos. Ainda assim, uma comissão interna e um comitê municipal de vigilância de óbitos estão analisando os casos para determinar se poderiam ter sido evitados.

Para as mães, porém, os números não explicam a dor vivida. Elas exigem que medidas sejam tomadas para que nenhuma outra família enfrente o que passaram.

Uma luta por mudanças

Os casos de negligência no Hospital Estadual de Luziânia destacam problemas estruturais e falhas no sistema de saúde que vão além de uma única instituição. A falta de preparo, comunicação adequada e respeito aos direitos das pacientes são questões que precisam ser urgentemente abordadas.

Enquanto isso, as famílias de Helena e das outras bebês que perderam suas vidas continuam lutando por justiça e por um sistema de saúde mais humano e eficiente. Que suas histórias sejam um alerta e um chamado à mudança.

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