Em dezembro de 1997, o mundo de Luzaida Cuevas desabou. Um incêndio consumiu sua casa na Filadélfia, Estados Unidos. Autoridades afirmaram que sua filha, Delimar, de apenas 10 dias, havia morrido nas chamas, supostamente causadas por um aquecedor. Nenhum corpo foi encontrado, mas a conclusão oficial foi devastadora: o fogo teria destruído a bebê.
Apesar disso, o coração de Luzaida nunca aceitou o veredito. Durante seis longos anos, ela carregou o luto misturado à certeza inabalável de que sua filha estava viva.
Tudo mudou em uma festa de aniversário. Ao avistar uma menina chamada Aaliyah Hernandez, Luzaida teve um choque. A criança, com seis anos na época, era incrivelmente parecida com Delimar. O que parecia improvável logo se tornou uma suspeita inquietante.
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Com inteligência e determinação, Luzaida encontrou uma forma de buscar respostas. Fingindo tirar um chiclete preso no cabelo de Aaliyah, ela coletou fios para um teste de DNA. O resultado confirmou aquilo que ela sempre acreditou: Aaliyah era, na verdade, Delimar.
Um sequestro cuidadosamente planejado
A responsável pelo crime era Carolyn Correa, prima de consideração do pai de Delimar, Pedro. Na noite do incêndio, Carolyn armou um plano meticuloso. Primeiro, atraiu Pedro para fora de casa com uma falsa proposta de emprego. Depois, sequestrou Delimar, forjando o incêndio para encobrir o crime.
Por seis anos, Carolyn criou a menina como sua filha, mudando-lhe o nome e reconstruindo sua identidade. A motivação, entretanto, permanece um mistério. Seus advogados alegaram que ela sofria de um distúrbio psicótico e acreditava que a bebê sequestrada era sua.
Justiça e recomeço
Em 2005, Carolyn foi condenada a uma pena que varia de nove a trinta anos de prisão por sequestro e outros crimes. Para Delimar, o reencontro com sua família biológica trouxe desafios inesperados. A barreira linguística foi um deles: enquanto a menina falava espanhol, sua família comunicava-se em inglês. Além disso, os traumas deixaram marcas profundas. Aos 12 anos, Delimar revelou ter enfrentado pensamentos suicidas.

Hoje, com 26 anos, Delimar segue reconstruindo sua vida e compartilhando sua história. O documentário “De Volta dos Mortos: Quem Me Sequestrou?” aborda os desafios emocionais e familiares enfrentados após o reencontro. “As pessoas acham que você é sequestrado, e depois disso tudo é felicidade e um conto de fadas. Mas não é assim”, afirmou Delimar ao jornal The Sun.
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