O Ministério Público da Bahia (MP-BA) abriu uma investigação para apurar possíveis fraudes e inconsistências envolvendo um projeto social encabeçado por Davi Brito, vencedor do Big Brother Brasil 24. A iniciativa, intitulada “Prato na Mesa do Povo”, foi lançada pelo ex-BBB com o objetivo de arrecadar doações para distribuir cinco mil cestas básicas em comunidades carentes de Salvador. No entanto, denúncias sobre a forma como os recursos vêm sendo captados levaram o caso à análise do órgão estadual.
A representação apresentada ao MP questiona a legalidade da campanha, destacando pontos sensíveis como a ausência de comprovação de atuação prévia de Davi em projetos sociais, o uso da visibilidade conquistada nas redes sociais para atrair doações e a falta de clareza sobre o funcionamento da entidade citada, chamada “Ação na Rua”. A promotoria apura, entre outras suspeitas, indícios de lavagem de dinheiro, fraude financeira e arrecadação por meio de contas pessoais ou empresas sem CNPJ vinculado a atividades filantrópicas.
Outro ponto levantado na denúncia é a transparência sobre o destino final dos valores recebidos via PIX. A promotoria quer saber, por exemplo, quem está por trás da gestão da campanha, como as doações estão sendo movimentadas e se existe uma estrutura formal por trás da distribuição das cestas básicas.
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Davi se defende e promete seguir com o projeto
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Diante da repercussão, Davi Brito publicou um vídeo em suas redes sociais negando qualquer irregularidade. Ele afirmou que o projeto continuará e que está disposto a apresentar documentos e informações necessárias ao Ministério Público. “A ação vai acontecer. E se o Ministério Público quiser o CNPJ, estou à disposição para apresentar. O projeto é para ajudar o povo, não a mim”, disse o ex-BBB.
Esta não é a primeira vez que o nome de Davi aparece associado a campanhas de arrecadação. Em maio, ele também foi criticado por pedir doações para ajudar vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul usando uma conta pessoal. À época, o baiano justificou que parte dos valores arrecadados custearia sua viagem ao estado e prometeu prestar contas das despesas.
Campanhas sociais sem estrutura formal: risco de boas intenções mal conduzidas
A investigação do MP-BA traz à tona um debate mais amplo: até que ponto campanhas solidárias lideradas por figuras públicas, mas sem estrutura formalizada, podem colocar em risco a confiança do público? A prática de arrecadar fundos por meio de contas pessoais ou sem CNPJ ativo no setor social pode até partir de boas intenções, mas esbarra em exigências legais, fiscais e de transparência que visam proteger tanto doadores quanto beneficiários.
O caso segue em apuração. Até o momento, não há decisão judicial sobre a legalidade da campanha ou penalidades aplicadas. O Ministério Público deve ouvir envolvidos, solicitar documentos e, se necessário, abrir novos procedimentos para aprofundar as investigações.
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