Em uma ação de fiscalização da Polícia Rodoviária Federal (PRF), um caso alarmante de tráfico de animais silvestres foi registrado na tarde desta quinta-feira (31), na BR-116, em Teresópolis, Região Serrana do Rio de Janeiro. Por volta das 14h30, agentes da 4ª Delegacia (Magé) abordaram um ônibus interestadual que fazia a linha Natal (RN) – Rio de Janeiro (RJ) e encontraram 600 filhotes de jabutis-piranga sendo transportados de forma ilegal.
Os animais estavam escondidos em malas no bagageiro do veículo, em condições precárias, o que resultou na morte de alguns filhotes antes mesmo do resgate. O responsável pelo transporte é um homem que havia embarcado em Feira de Santana, na Bahia, e tinha como destino final Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Crime reincidente
Durante a abordagem, o homem confessou que essa era sua “primeira vez” transportando jabutis, porém, os policiais constataram que ele já havia sido preso pelo mesmo tipo de crime ambiental em 2015. Ele também revelou que receberia uma quantia em dinheiro pelo transporte, evidenciando que se tratava de um esquema de tráfico de animais silvestres.
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Cada jabuti-piranga pode ser vendido no mercado ilegal por cerca de R$ 700, o que coloca o valor total da carga apreendida em mais de R$ 400 mil, caso os animais tivessem chegado ao destino.
Tráfico de animais: uma ameaça à biodiversidade
O caso evidencia um problema grave e recorrente no Brasil: o tráfico de animais silvestres. Os jabutis-piranga são espécies nativas da fauna brasileira e seu comércio é proibido sem autorização dos órgãos ambientais. O transporte em más condições, como neste caso, não só coloca em risco a vida dos animais, mas também compromete o equilíbrio ecológico de diversas regiões do país.
Além disso, o tráfico muitas vezes envolve organizações criminosas que lucram com a retirada de animais da natureza, alimentando um mercado clandestino que explora a biodiversidade brasileira e desafia os esforços de conservação.

Responsabilidade e consequências legais
Após a apreensão, o homem foi conduzido à Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), localizada na Cidade da Polícia, na Zona Norte do Rio. Ele poderá responder por crime ambiental, conforme a Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98), que prevê penas de detenção e multas severas para quem captura, transporta ou comercializa animais silvestres sem autorização.
Já os filhotes sobreviventes serão encaminhados para avaliação veterinária e, posteriormente, enviados a centros de reabilitação da fauna silvestre, onde passarão por cuidados até que possam, se possível, ser devolvidos ao seu habitat natural.
Alerta à população
A PRF reforça a importância da denúncia anônima para combater esse tipo de crime. A população pode ajudar informando casos suspeitos através do número 191 ou por canais de órgãos ambientais. Comprar animais silvestres de forma ilegal também configura crime e incentiva a exploração cruel da fauna brasileira.
Este caso serve como alerta: o tráfico de animais, além de ser cruel e criminoso, desrespeita o patrimônio natural do país. Proteger os animais é uma responsabilidade coletiva, e denunciar esse tipo de crime é um passo fundamental para preservar nossas espécies e manter o equilíbrio dos ecossistemas.
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