O nome do policial militar e influenciador Lázaro Alexandre Pereira de Andrade, mais conhecido como Tchaca, voltou ao centro das atenções após ele ser um dos 24 presos na segunda fase da Operação Falsas Promessas, deflagrada na última semana. A ação investiga uma organização criminosa responsável por movimentar cerca de R$ 500 milhões com rifas ilegais.
Mas afinal, qual é a real participação de Tchaca nesse esquema?
O que dizem as investigações
De acordo com documentos obtidos pelo CORREIO, o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco) aponta que há “fortes indícios” do envolvimento do PM em práticas criminosas. Entre as acusações estão:
– Acesso indevido a informações sigilosas
– Corrupção ativa
– Relações próximas com membros da organização criminosa
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As evidências constam nos autos da investigação e incluem interceptações telefônicas realizadas entre 10 e 27 de dezembro de 2024. Em conversas monitoradas, Tchaca teria admitido já ter atuado no universo das rifas ilegais até pouco tempo atrás. Ele também mencionou um possível esquema de extorsão envolvendo um servidor do Judiciário, com a participação do advogado Ivan Jezler como intermediador.
Um nome que já estava no radar
A prisão de Tchaca não foi exatamente uma surpresa para quem acompanha sua trajetória. O militar, que ganhou notoriedade nas redes sociais — onde acumula cerca de 130 mil seguidores — já esteve envolvido em diversas polêmicas.
Ele foi denunciado pelo Ministério Público por participação na Chacina do Cabula, e também chegou a ter a prisão militar decretada por usar suas redes sociais para fazer propaganda partidária, o que é proibido por lei para membros das forças de segurança em exercício.
Em nota, a defesa do policial afirma que ele nega qualquer envolvimento com as atividades ilegais investigadas pela operação. Segundo o comunicado, a prisão se deu apenas por “suposta interferência no curso da investigação”, e não por participação direta no esquema de rifas ou lavagem de dinheiro.
O que foi a Operação Falsas Promessas?
A segunda fase da operação foi concluída no dia 9 de abril, com a prisão de 24 pessoas, sendo sete policiais militares. O objetivo da ação era desarticular uma organização criminosa com atuação em diversas cidades da Bahia e também em São Paulo.
Entre os alvos estão nomes conhecidos nas redes sociais, como os influenciadores Ramhon Dias, Nanan Premiações, Franklin Reis e Gabriela Silva — todos apontados como parte da engrenagem que mantinha o esquema em funcionamento.
A estrutura criminosa usava empresas de fachada, “laranjas” e um sistema complexo de movimentação financeira para lavar o dinheiro arrecadado com rifas fraudulentas. A atuação do grupo se espalhava por Salvador, RMS, Juazeiro, Vera Cruz, São Felipe e Nazaré.
O que foi apreendido?
Durante a operação, a polícia apreendeu:
– 27 veículos, entre eles carros de alto padrão como Hilux, Jeep Renegade, Mercedes AMG e Range Rover
– 5 armas de fogo, munições e celulares
– R$ 14 mil em dinheiro vivo
– Relógios de luxo e notebooks
Além disso, a Justiça autorizou o bloqueio de até R$ 10 milhões por CPF ou CNPJ investigado, totalizando um potencial de R$ 680 milhões em bens e valores relacionados ao esquema.
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