A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou recentemente o uso do lemborexant, medicamento indicado para o tratamento da insônia e comercializado sob o nome Dayvigo, desenvolvido pela farmacêutica japonesa Eisai. A aprovação é vista como um marco no enfrentamento dos distúrbios do sono no país e insere o Brasil no grupo de nações que já disponibilizam o fármaco, como Estados Unidos e Japão.
O que é o lemborexant e por que é diferente?
O Dayvigo representa uma mudança importante na forma de tratar a insônia. Enquanto medicamentos tradicionais, como benzodiazepínicos e “z-drugs” (caso do zolpidem), atuam deprimindo o sistema nervoso central, o lemborexant age bloqueando a orexina, substância responsável por manter o estado de vigília. Na prática, ele reduz a hiperatividade desse sistema e facilita o início e a manutenção do sono de maneira mais próxima do natural.
Participe do nosso grupo de notícias no WhatsApp: 👉 Quero Participar 🔔
O peso da decisão da Anvisa
A decisão da Anvisa seguiu análise de ensaios clínicos internacionais que comprovaram a eficácia e segurança do novo fármaco. O órgão avaliou especialmente os resultados relacionados à menor incidência de dependência química e à redução de efeitos adversos comuns em outros medicamentos.
Insônia: um desafio crescente no Brasil
De acordo com a Associação Brasileira do Sono, cerca de 73 milhões de brasileiros enfrentam algum tipo de distúrbio do sono — sendo a insônia o mais frequente. A condição, que vai muito além da dificuldade em adormecer, afeta memória, concentração, produtividade e aumenta riscos de doenças cardiovasculares, depressão e ansiedade.
Como o Dayvigo pode ajudar
Estudos clínicos mostraram que pacientes que utilizaram o lemborexant apresentaram:
- Redução no tempo para iniciar o sono;
- Melhora na manutenção do sono durante a noite;
- Menor sonolência diurna em comparação com outros tratamentos;
- Baixo risco de dependência, o que favorece a adesão terapêutica.
Riscos e cuidados
Embora considerado seguro, o Dayvigo pode provocar sonolência matinal, fadiga, dor de cabeça e alterações leves no humor. Por isso, especialistas ressaltam que a prescrição deve ser feita por médicos com avaliação individualizada do histórico do paciente e possíveis interações medicamentosas.
Impacto no mercado e perspectivas
A Eisai, farmacêutica responsável pelo medicamento, aposta no potencial do Brasil como um dos maiores mercados de tratamento para insônia. Embora o preço ainda não tenha sido divulgado, a expectativa é que o Dayvigo esteja disponível inicialmente em clínicas especializadas e hospitais, ampliando depois o acesso à população em geral.
O futuro do tratamento da insônia
Médicos e especialistas lembram que a insônia não deve ser tratada apenas com medicamentos. A integração de terapias farmacológicas, higiene do sono, acompanhamento psicológico e mudanças de estilo de vida continua sendo a forma mais eficaz de enfrentar o problema. Ainda assim, o lemborexant inaugura uma nova fase, oferecendo uma alternativa promissora para milhões de brasileiros que sofrem com noites mal dormidas.
Compartilhe