Um momento que parecia inofensivo transformou por completo a vida da pequena Ysabella Santos Cavalcante e de toda a sua família. Aos 7 anos, a menina, moradora do Guarujá, litoral de São Paulo, tentou gravar um vídeo de dança para o TikTok — sem que os pais soubessem. Durante a gravação, caiu e bateu as costas no chão. Com medo de ser repreendida, não contou o que havia acontecido.
Mas os sinais de que algo estava errado não demoraram a surgir. Febre, vômitos e dor constante levaram os pais a procurar ajuda médica. Dias depois da queda, em novembro de 2022, a menina foi levada a uma UPA, onde começou uma jornada difícil. Exames revelaram um tumor na região torácica. O diagnóstico definitivo veio pouco tempo depois: Neuroblastoma grau 4, um câncer raro e agressivo, já espalhado pelos ossos e medula.
Desde então, Ysabella, hoje com 9 anos, enfrenta uma rotina exaustiva de tratamentos — que inclui sessões de quimioterapia, radioterapia, cirurgia e transplante de medula óssea. Tudo isso tendo como pano de fundo uma estrutura familiar afetada diretamente pela gravidade do caso.
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Sacrifícios e fé: a força por trás da esperança
A dedicação integral ao tratamento fez com que o pai, Gustavo Maia Cavalcante, e a mãe, Estefane Kerolen, perdessem os empregos. Gustavo, que trabalhava em uma marmoraria e como músico, agora faz bicos para garantir o sustento da casa. A mãe encerrou seu comércio on-line para se dedicar exclusivamente aos cuidados da filha.
Com uma média de R$ 12 mil em despesas mensais, entre deslocamentos até São Paulo, alimentação especial e medicamentos, a família tem contado com campanhas de ajuda nas redes sociais para continuar lutando.
Apesar das críticas que já enfrentaram por pedir ajuda pública, Gustavo é firme: “Não temos escolha. Precisamos manter o tratamento da Ysa. E quem mais nos incentiva é ela mesma. Mesmo em meio à dor, ela continua sorrindo, vendendo pulseirinhas e ajudando outras crianças que também enfrentam o câncer.”
Energia cortada e medicamentos em risco
Em uma das cenas mais difíceis para a família, a volta de uma consulta médica em São Paulo coincidiu com um novo problema: o corte de energia elétrica na casa. Sem luz, os R$ 50 mil em medicamentos conservados no congelador correram o risco de serem perdidos.
A empresa responsável pelo fornecimento, Neoenergia Elektro, afirmou que a residência não estava cadastrada como “atendimento prioritário” e que, após tomar conhecimento da situação, a energia foi restabelecida no mesmo dia. Alimentos especiais que complementavam a dieta da menina, no entanto, precisaram ser descartados.
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