A morte de duas mulheres ligadas ao crime organizado no Rio de Janeiro reacendeu o debate sobre a participação feminina em facções e a exposição desse poder nas redes sociais. Conhecidas como “Japinha do CV” e “Diaba Loira”, ambas ganharam notoriedade não apenas por atuarem dentro das organizações criminosas, mas por transformar suas rotinas em conteúdo digital, exibindo armas, luxo e status.
Eveline Passos Rodrigues, apelidada de “Diaba Loira”, era figura popular nas redes sociais e já havia integrado o Comando Vermelho. Suas postagens mostravam armas, joias e artigos de luxo, o que reforçava sua imagem de influência dentro da facção. Entretanto, a relação com o CV se rompeu. Eveline migrou para o Terceiro Comando Puro (TCP), principal rival do grupo. Além de mudar de lado, ela passou a provocar antigos aliados em vídeos e mensagens, o que, segundo a polícia, foi interpretado como afronta direta aos chefes da organização.

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Essa ruptura teria selado seu destino. Investigações apontam que a execução de Eveline foi planejada como represália. Ela foi morta em agosto de 2025, em uma ação associada ao Comando Vermelho. A morte violenta foi entendida como resposta à traição e às críticas públicas que ela fazia ao grupo que um dia integrou.
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Já a trajetória da “Japinha do CV”, considerada uma das principais mulheres do Comando Vermelho, seguiu outro caminho, mas teve o mesmo desfecho. Conhecida como figura de destaque dentro da facção, ela se tornou símbolo da presença feminina no crime ao publicar imagens ostentando armas de grosso calibre e mensagens desafiadoras. A Polícia Civil aponta que ela exercia um papel de liderança em áreas dominadas pelo CV e mantinha contato direto com chefes do tráfico.
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A morte ocorreu durante a megaoperação realizada no Complexo da Penha em 28 de outubro de 2025, que entrou para a história como a ação policial mais letal já registrada no estado. A ofensiva resultou em mais de 120 mortos. Moradores registraram tiroteios intensos e ruas tomadas por agentes de segurança. Entre os alvos prioritários estava a “Japinha”, que, segundo as investigações, participava diretamente da administração criminosa da facção.
Os dois casos reforçam um cenário já observado pelas autoridades: mulheres vêm ocupando posições estratégicas dentro das organizações criminosas, seja na tomada de decisões, na cobrança de dívidas do tráfico ou até na gestão de territórios. Além disso, as redes sociais têm funcionado como vitrine de poder, aumentando o alcance e a visibilidade dessas figuras. Essa exposição, porém, também amplia os riscos. Em um ambiente marcado por disputas internas, traições e violência extrema, quem se destaca pode se tornar alvo de rivais ou até da própria facção.
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