Se você é aposentado, pensionista ou conhece alguém que recebe benefício do INSS, vale a pena entender o que está acontecendo. Nos últimos dias, veio à tona um dos maiores escândalos envolvendo a Previdência Social: descontos indevidos tiraram dinheiro diretamente do contracheque de milhões de brasileiros. O prejuízo estimado passa dos R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.
Mas vamos direto ao ponto: o INSS já garantiu que vai devolver esse dinheiro aos lesados. O problema é que, por enquanto, o órgão ainda não sabe exatamente como vai fazer isso. O novo presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, assumiu o cargo com uma missão clara: limpar a imagem do Instituto e, principalmente, garantir que os aposentados e pensionistas recuperem o que perderam.
De onde surgiu esse rombo?
A investigação da Polícia Federal revelou que 11 associações de aposentados, que tinham parcerias com o INSS, cadastraram milhões de beneficiários sem autorização. Eles descontavam mensalidades diretamente da aposentadoria, muitas vezes usando assinaturas falsas. Segundo um levantamento da Controladoria-Geral da União, 97,6% dos beneficiários sequer sabiam que esses descontos estavam sendo feitos. Ou seja, o dinheiro saía todo mês sem que a pessoa tivesse concordado.
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O que o INSS está fazendo agora?
O presidente Gilberto Waller já se reuniu com a Advocacia-Geral da União e com a Dataprev (a empresa que cuida dos dados da Previdência) para encontrar uma forma de ressarcir as vítimas. Uma das possibilidades é usar bens apreendidos durante a investigação para devolver o dinheiro aos aposentados.
Além disso, o próprio presidente Lula determinou que essas associações sejam processadas para que ressarçam os valores cobrados ilegalmente. A expectativa do governo é mostrar que está agindo rápido para conter o desgaste político provocado pelo escândalo.
Atenção: cuidado com golpes!
Waller também fez um alerta importante: em situações como essa, é comum surgirem mensagens falsas prometendo devolução de dinheiro. O INSS não envia links, não manda SMS e não pede dados por WhatsApp. Os únicos canais oficiais de comunicação são o telefone 135 e o aplicativo ‘Meu INSS’.
Troca de comando no Ministério
O caso também provocou mudanças no governo. O então ministro da Previdência, Carlos Lupi, pediu demissão após se reunir com Lula. Embora seu nome não tenha aparecido nas investigações, ele optou por deixar o cargo. Para o lugar dele, foi convidado Wolney Queiroz, atual secretário-executivo do Ministério.
Por que isso importa para você?
Primeiro, porque mostra que o governo está reconhecendo o problema e tentando agir para proteger quem depende do benefício. Segundo, porque, mesmo que o processo de devolução ainda não esteja definido, o compromisso de ressarcir os lesados já foi assumido publicamente.
O recado é simples: se você ou algum familiar percebeu descontos estranhos no contracheque, acompanhe as informações oficiais e fique atento aos canais do INSS. A recomendação é aguardar as orientações sobre como pedir o ressarcimento assim que o processo for aberto.
O INSS sabe que precisa reconquistar a confiança do brasileiro. E devolver esse dinheiro é o primeiro passo.
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