Uma cena que deveria se restringir a um ambiente de trabalho virou caso de polícia em Sorriso, cidade do interior do Mato Grosso. Wellington Dutra, de 31 anos, funcionário de uma empresa especializada em venda e manutenção de extintores, denunciou ter sido agredido fisicamente pelo próprio chefe após se recusar a cumprir uma tarefa durante o expediente.
O episódio ocorreu no dia 1º de abril, mas só ganhou repercussão nos últimos dias, após a divulgação de um vídeo que mostra o exato momento da agressão. O conteúdo chocou internautas e gerou indignação nas redes sociais.
De acordo com Wellington, tudo começou quando foi solicitado a instalar mangueiras em extintores recém-chegados. O funcionário explicou ao patrão que estava ocupado com outra demanda. A recusa, segundo ele, irritou o empregador, identificado como Aldevir Nelson Koch. “Ele mandou eu fazer, mas eu estava no meio de outra tarefa. Disse isso a ele, que então começou a alterar o tom. Depois, simplesmente chegou gritando, mexeu nos extintores que eu estava usando e partiu para cima de mim”, relatou Wellington ao portal g1.
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Patrão dá tapa no rosto de funcionário de loja durante discussão em MT.
— Jornal O Dia (@jornalodia) April 11, 2025
Reprodução/redes sociais pic.twitter.com/CJb6S6CZAA
No vídeo, gravado pela própria vítima, é possível ver o momento em que o patrão, com uma caixa de papelão na mão, se aproxima e é alertado pela gravação: “Vou filmar aqui o mal educado”. Em resposta, o empresário desfere um tapa no rosto do funcionário, sob o olhar de colegas, que reagem imediatamente: “Pelo amor de Deus, você tá doido, homem?”
Após o ataque, Wellington deixou o local e seguiu para a delegacia, onde registrou um boletim de ocorrência por lesão corporal. A Polícia Civil confirmou que o caso foi registrado, mas informou que o prosseguimento da investigação dependerá de uma representação formal por parte da vítima — ou seja, ele precisa manifestar interesse em que o agressor seja processado criminalmente.
Até o momento, o empresário não se manifestou sobre a denúncia e não foi encontrado para comentar o caso.
O episódio reacende discussões sobre limites no ambiente de trabalho, relações de poder entre empregadores e funcionários, e o direito de cada trabalhador a um espaço seguro e digno. A depender da conclusão do inquérito, o patrão poderá responder criminalmente pela agressão, além de enfrentar sanções trabalhistas, caso o Ministério Público ou a Justiça do Trabalho também passem a atuar no caso.
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