Agosto costuma carregar a fama de ser o mês mais longo e pesado do ano. Embora outros meses também tenham 31 dias, o imaginário popular insiste em reforçar a ideia de que agosto “não acaba nunca”. A crença se fortaleceu ao longo do tempo por causa de acontecimentos históricos marcantes, tragédias e mortes de personalidades importantes, o que rendeu até o ditado popular: “Agosto, mês do desgosto”.
De acordo com registros históricos, muitos fatos de grande impacto ocorreram nesse período. Entre eles, o início da Primeira Guerra Mundial, em 1914, e da Segunda Guerra, em 1939; o lançamento das bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki, em 1945; além de episódios nacionais como o suicídio de Getúlio Vargas, em 1954, e a morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek em acidente de carro, em 1976. O mês também marcou despedidas de figuras como Glauber Rocha, Mãe Menininha do Gantois, Carmen Miranda, Marilyn Monroe e até a princesa Diana.
Do ponto de vista popular, não há uma explicação científica que justifique tantos episódios de peso em agosto. Para alguns, é apenas coincidência. Para outras pessoas é um destino traçado. Já os místicos defendem que o mês carrega uma energia densa. A astróloga Lívia Vallory acrescenta que agosto costuma ser cansativo por ter 31 dias, sem feriados nacionais, além de coincidir com o fim das férias escolares e o retorno das rotinas de trabalho. Isso, aliado a fatores climáticos como tempo seco e frio em algumas regiões, intensifica a sensação de arrasto e peso coletivo.
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Historicamente, a má fama de agosto começou a se espalhar na Europa medieval. Nos séculos XIV e XV, por exemplo, era dito que “casar em agosto traz desgosto”. Isso porque muitas caravelas partiam nesse período para explorar o Novo Mundo, deixando esposas recém-casadas sem os maridos — muitos dos quais sequer retornavam por causa de naufrágios. A superstição atravessou séculos e encontrou ainda mais força no século XX, com os conflitos mundiais e tragédias nacionais.
Curiosamente, o nome “agosto” foi dado em homenagem ao imperador romano César Augusto, que determinou que o antigo mês de sextilis teria também 31 dias, como julho, dedicado a Júlio César. No entanto, a associação com má sorte só ganhou força muitos séculos depois.
No Brasil, agosto também reúne registros de acidentes aéreos e tragédias que alimentaram o estigma. Entre os exemplos, estão a queda do hidroavião Baby Clipper, em 1939, e a explosão de uma aeronave da Viabras, em 1952. A sucessão desses episódios, somada às mortes de personalidades queridas do público, consolidou a ideia de que o mês é carregado de desgostos.
Apesar disso, especialistas lembram que essa percepção está muito ligada ao modo como a mente humana funciona. Nosso cérebro tende a fixar mais os eventos negativos do que os positivos, criando a sensação de que agosto acumula apenas tragédias. Como ressalta Lívia Vallory, cada ano traz novas configurações astrológicas, o que significa que não há um “destino fixo” para o mês.
Assim, agosto se tornou mais do que um simples período do calendário: ele carrega uma carga simbólica construída pela história, pela memória coletiva e pelas crenças populares. Um mês que, entre fatos concretos e interpretações subjetivas, continua sendo visto por muitos como sinônimo de provações e resistências.
Quer que eu aprofunde essa versão em formato de reportagem especial, conectando a fama de agosto com análises históricas, culturais e psicológicas sobre como criamos mitos em torno de certos períodos do calendário?
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