Imagine escrever um trabalho inteiro, letra por letra, apenas piscando. Foi exatamente isso que fez o sul-coreano Jang Ik-sun, de 38 anos. Diagnosticado ainda na infância com uma doença rara chamada distrofia muscular progressiva, Jang perdeu quase todos os movimentos do corpo e hoje depende de um respirador mecânico para sobreviver. Mesmo diante de tantas limitações físicas, ele não desistiu de estudar e concluiu sua dissertação acadêmica com um método impressionante: usando apenas os olhos.
O trabalho, que recebeu o título “Uma autoetnografia de um ativista de deficiência muscular acamado usando um ventilador”, levou três anos para ser finalizado. Mais do que uma exigência acadêmica, o estudo é um poderoso relato sobre as dificuldades vividas por pessoas com deficiência, mostrando de forma sensível e profunda os obstáculos sociais e estruturais enfrentados diariamente.
Para escrever, Jang utilizou uma tecnologia especial: um sistema de rastreamento ocular conectado a um monitor instalado no teto do seu quarto. Com esse sistema, ele conseguia selecionar letras e palavras apenas com piscadas precisas. O esforço foi imenso. Estima-se que foram cerca de 189 mil piscadas para finalizar a versão final da dissertação, que tem aproximadamente 70 mil caracteres em coreano. Antes disso, ele já havia descartado uma versão com 35 mil caracteres, o que consumiu outras 63 mil piscadas.
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Sua história ganhou destaque na Coreia do Sul e em vários veículos de comunicação ao redor do mundo. Mas Jang não é conhecido apenas por sua dissertação. Ele também atua como ativista em defesa dos direitos das pessoas com deficiência, lutando por inclusão, acessibilidade e dignidade.
O exemplo de Jang mostra que, com apoio, tecnologia e força de vontade, é possível vencer grandes barreiras. Mais do que um feito acadêmico, sua conquista inspira pessoas de todas as idades e condições a acreditarem na educação como um caminho de transformação.
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