Descoberta no RS pode esclarecer origem dos dinossauros, dizem pesquisadores

Fóssil encontrado no RS vai ajudar a entender a origem dos dinossauros

Descoberta no RS pode esclarecer origem dos dinossauros, dizem pesquisadores

Cientistas do Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia (Cappa), da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), realizaram uma descoberta monumental em São João do Polêsine, na região central do Rio Grande do Sul.

Em maio, após fortes chuvas que causaram enchentes e destruição, foi encontrado um fóssil quase completo de um dinossauro do grupo Herrerasauridae, datado de aproximadamente 233 milhões de anos, do Período Triássico.

Segundo o paleontólogo Rodrigo Müller, da UFSM, o fóssil é um dos mais antigos do mundo, o que é significativo para a compreensão da origem dos dinossauros. Além disso, o fóssil está quase completo e bem preservado, proporcionando uma rica fonte de informação anatômica.

“Este dinossauro era carnívoro e bípede, andando sobre suas patas traseiras e usando as dianteiras para capturar presas”, explicou Müller.

A descoberta foi possível devido à erosão causada pelas chuvas intensas, que expuseram o material. A equipe do Cappa, liderada por Müller, já vinha escavando o sítio paleontológico de São João do Polêsine há pelo menos duas décadas.

As chuvas de maio ajudaram a revelar mais materiais, mas também aceleraram a necessidade de recuperação rápida dos fósseis expostos para evitar sua destruição.

O fóssil será adicionado à coleção do Cappa, um dos principais centros de estudo da origem dos dinossauros no mundo. Este novo material vai contribuir para um melhor entendimento dos primeiros dinossauros e de como eles dominaram a cadeia alimentar.

“Estamos monitorando e fazendo visitas constantes para recuperar todos os materiais. A maioria será fragmentária, com ossos isolados. Este caso foi de um fóssil quase completo, enquanto o restante é de materiais menos completos”, destacou Müller.

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Após a coleta, o fóssil foi levado ao Cappa para estudo detalhado pelos pesquisadores. O processo inclui a extração cuidadosa do fóssil da rocha, comparações anatômicas e investigações que culminarão na publicação de um artigo científico. “Levamos alguns meses para extrair o fóssil da rocha com muito cuidado. Depois, faremos as comparações e investigações, e publicaremos em um artigo científico, quando a divulgação oficial será feita”, explicou Müller.

Comparação com Outras Descobertas

A região do Geoparque Quarta Colônia, onde o fóssil foi encontrado, é rica em material paleontológico, incluindo rochas do Triássico abundantes em fósseis de vertebrados, invertebrados, plantas e icnofósseis. Outro dinossauro relevante encontrado na região é o herbívoro Macrocollum itaquii, datado de cerca de 225 milhões de anos. Comparado a este, o fóssil de 233 milhões de anos é ainda mais antigo e fornece uma nova perspectiva sobre a evolução dos dinossauros.

A idade do fóssil é determinada pela rocha em que está inserido, que se forma junto com o fóssil quando o animal é soterrado. “Esse sedimento muitas vezes contém elementos que podem ser datados. Precisamos de elementos radioativos e fazemos uma quantificação do peso atômico deles para chegar a uma idade. É um cálculo complexo, não algo que fazemos no sítio. Requer uma análise completa”, explicou Müller.

A descoberta do fóssil de dinossauro em São João do Polêsine representa um avanço significativo para a paleontologia global. Este material não só enriquece a coleção do Cappa, mas também oferece novas informações que poderão guiar futuros estudos sobre a origem e evolução dos dinossauros. A dedicação e rapidez da equipe de pesquisadores em resgatar e estudar os fósseis expostos pelas chuvas mostram a importância de ações contínuas e coordenadas na preservação do patrimônio paleontológico brasileiro.

Fonte: Agência Brasil

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