Decretada a era sem fios: nova lei obriga serviços públicos a migrar para rede subterrânea

Quando o assunto é modernização urbana, Guarujá, no litoral paulista, decidiu adotar uma das medidas mais ambiciosas do país: substituir toda a fiação aérea por cabos subterrâneos. A nova legislação, sancionada pelo prefeito Farid Madi, inaugura oficialmente a “era sem fios” e coloca a cidade como referência em gestão urbana e infraestrutura tecnológica.

A proposta nasceu com forte apoio do vereador Alexandre Alves Moreira e tem como objetivo reduzir a poluição visual, aumentar a segurança, evitar quedas de energia e diminuir furtos e acidentes relacionados aos cabos expostos. Ao eliminar o emaranhado de fios sobre postes e fachadas, o município reposiciona seu padrão de infraestrutura, garantindo um ambiente mais limpo, organizado e seguro para moradores e visitantes.

A medida também se alinha à preservação ambiental, já que redes subterrâneas costumam gerar menos impacto em áreas sensíveis. Mais do que um projeto técnico, a lei altera a experiência urbana como um todo.

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Novo padrão de infraestrutura urbana

A implantação começa pela região central e, gradualmente, será estendida a toda a área urbana. Segundo a prefeitura, o modelo subterrâneo tende a valorizar regiões turísticas, ordenar a paisagem e oferecer maior estabilidade aos serviços essenciais.

A lei abrange todas as redes expostas atualmente:

  • Energia elétrica

  • Telefonia

  • Internet

  • TV a cabo

  • Fibra óptica

Com isso, o município estabelece um padrão único que facilita a manutenção, reduz falhas e cria um planejamento eficiente para equipes técnicas e concessionárias.

Prazos, regras e fiscalização da migração

As empresas concessionárias e permissionárias terão entre dois e cinco anos para concluir a substituição total dos cabos aéreos por subterrâneos. Enquanto isso, a prefeitura dispõe de 180 dias para regulamentar o processo, definir requisitos técnicos e organizar a fiscalização junto às secretarias e às operadoras.

O descumprimento da norma resultará em multa de R$ 4.630, que poderá dobrar em caso de reincidência. O governo municipal pretende estabelecer um calendário de obras para evitar transtornos e garantir segurança tanto para trabalhadores quanto para a população.

Modelo segue padrões internacionais

A estratégia adotada por Guarujá se inspira em políticas aplicadas em várias cidades da Europa e dos Estados Unidos, onde o cabeamento subterrâneo é considerado solução de longo prazo para reduzir falhas e otimizar operações.

Estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontam que, embora o investimento inicial seja mais alto, o modelo subterrâneo reduz custos operacionais ao longo dos anos e apresenta menor incidência de interrupções por intempéries, acidentes ou vandalismo.

O prefeito Farid Madi destacou que a cidade dá início a uma etapa de infraestrutura mais moderna, segura e ambientalmente responsável. A administração municipal avalia que os benefícios superam os desafios operacionais, especialmente em áreas históricas e bairros densamente ocupados.

Um laboratório brasileiro de modernização urbana

O cronograma de execução já está em construção e começará pelo centro, avançando gradualmente para os demais bairros. Na prática, Guarujá se prepara para um processo contínuo e estratégico que combina estética urbana, eficiência e segurança pública.

Com regras claras, prazos definidos e fiscalização ativa, o município se transforma em uma referência nacional para outras cidades que estudam adotar soluções semelhantes. O resultado esperado é um ambiente mais organizado, tecnológico e resiliente — características essenciais para o futuro das cidades brasileiras.

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