A dor de uma família do bairro do Cabula, em Salvador, chegou ao fim neste sábado (19), de forma trágica. O corpo de Gustavo Ferreira Bispo, de 14 anos, foi encontrado por equipes do Corpo de Bombeiros após dois dias de buscas na Lagoa da Timbalada, onde o adolescente havia desaparecido na última quinta-feira (17).
O que aconteceu
De acordo com a família, Gustavo saiu de casa por volta das 14h para se encontrar com um amigo e jogar videogame. No caminho, ele teria se desequilibrado e caído na lagoa. Um dos colegas que presenciou o acidente avisou a avó do garoto, e a notícia se espalhou rapidamente entre os parentes.
A mãe de Gustavo, Lúcia de Fátima Ferreira, relatou o desespero ao receber a informação.
“Logo depois, um dos amigos falou com a avó que tinha acontecido algo com Gustavo. Eu já desci no pânico, chorando”, contou.
Ao chegar ao local, ela ainda tinha esperança de encontrar o filho com vida.
“Achei que ele estaria ali, desacordado, mas quando cheguei, soube que meu filho estava dentro dessa água suja, da lama, como se fosse nada”, desabafou, emocionada.
Participe do nosso grupo de notícias no WhatsApp: Quero Participar
Corpo encontrado após atraso nas buscas
Segundo a família, os bombeiros foram acionados ainda na quinta-feira, mas as buscas começaram apenas na tarde de sexta-feira (18). A instituição alegou que a operação foi adiada por falta de um equipamento específico para áreas com águas poluídas, como é o caso da Lagoa da Timbalada.
As buscas foram interrompidas ao anoitecer e retomadas às 6h da manhã de sábado. Poucas horas depois, o corpo do adolescente foi localizado e reconhecido por familiares. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML).
Uma perda marcada por pressentimentos
Abalada, Lúcia contou à TV Bahia que o filho não sabia nadar e que, nos últimos dias, vinha sentindo que algo ruim poderia acontecer.
“Falei com ele: ‘Gustavo, se acontecer alguma coisa com você e você vier a morrer, eu vou junto com você’”, lembrou com a voz embargada.
Triste estatística
Casos como o de Gustavo não são isolados. Apenas neste mês, cinco adolescentes morreram por afogamento na Bahia, sendo quatro da mesma família. A frequência desses episódios acende um alerta sobre a segurança em áreas de risco e a importância de medidas preventivas, sobretudo em regiões urbanas com lagoas abertas e de difícil acesso.
Compartilhe