A esposa do policial militar do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) Heber Carvalho da Fonseca, 39, que morreu durante a megaoperação realizada no Rio de Janeiro, Jéssica Michele, compartilhou a última conversa que teve com o companheiro. Em uma rede social, ela mostrou mensagens enviadas pelo marido antes de ser morto, na terça-feira (28).
“Estou bem. Continua orando”, escreveu o policial, às 10h57. A esposa respondeu dois minutos depois, pedindo que ele continuasse mandando mensagens durante a operação. Ela não teve mais respostas. Às 11h04, Jéssica demonstrou preocupação com as notícias sobre baleados. “Cuidado, pelo amor de Deus. Muitos baleados”, enviou para o marido.

Sem respostas, Jéssica telefonou ao menos três vezes para o marido. Heber Carvalho da Fonseca, ambos lotados no Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope). De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, o militar foi ferido durante a operação Contenção, realizada nos complexos do Alemão e da Penha.
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Ele foi socorrido e encaminhado ao Hospital Getúlio Vargas, mas não resistiu aos ferimentos. Heber Carvalho tinha 39 anos e ingressou na Corporação em 2011. Ele deixa esposa, dois filhos e um enteado.
Em nota, o Bope lamentou a morte. “O sargento Heber dedicou sua vida ao cumprimento do dever e deixa um legado de coragem, lealdade e compromisso com a missão policial militar. Sua ausência será sentida por todos que tiveram a honra de conhecê-lo”, escreveu.
Megaoperação
O número de mortos ligados à megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha pode chegar a 132. Somente entre a noite de terça-feira e (28) a manhã desta quarta (29), moradores já levaram 68 corpos até a Praça São Lucas, no Complexo da Penha, além dos 64 óbitos já confirmados pelas autoridades ontem.
Os corpos foram recolhidos de uma área de mata e colocados pelos moradores na praça, onde equipes da Defesa Civil atuam para fazer a remoção. O cenário ocorre um dia depois da ação policial que já era considerada a mais letal da história do Rio, com os 64 óbitos oficialmente confirmados – segundo a polícia, 60 suspeitos e 4 policiais.
Com o alto volume de cadáveres, o Instituto Médico-Legal (IML) do Rio funcionou de forma restrita nesta quarta, recebendo apenas vítimas da operação. A Polícia Civil informou que outros casos que precisem de necropsia serão direcionados ao IML de Niterói.
A megaoperação deflagrada na terça prendeu mais de 80 pessoas suspeitas de integrar o Comando Vermelho e deixou ao menos nove feridos – seis agentes de segurança (quatro policiais civis e dois militares) e três moradores. De acordo com a polícia, entre os mortos oficialmente contabilizados estão criminosos que vieram de outros estados e se refugiavam nas comunidades.
A ação teve participação de 2,5 mil agentes das polícias Civil e Militar, com apoio do Ministério Público, dentro do âmbito da Operação Contenção.
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