Nos últimos dias, moradores de Eunápolis, no sul da Bahia, têm enfrentado momentos de tensão após a circulação de um suposto comunicado atribuído à facção Comando Vermelho (CV). A mensagem, espalhada por prints nas redes sociais, causou medo em diversos bairros da cidade ao impor regras rígidas de circulação para carros e motos.
O aviso menciona pelo menos dez bairros, entre eles Juca Rosa, Rosa Neto, Paquetá, Alecrim e Moisés Reis. O texto exige que motoristas baixem os vidros dos carros e andem com o farol apagado ao entrarem nessas localidades. Já quem estiver de moto deve circular sem capacete. A ameaça é clara: quem descumprir as orientações será tratado como suspeito.
Apesar de o conteúdo não explicar o motivo dessas exigências, a circulação dessa mensagem gerou pânico entre os moradores. Muitos passaram a evitar deslocamentos e atividades rotineiras por medo de represálias.
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Essa não é a primeira vez que mensagens supostamente enviadas por facções criminosas viralizam nas redes sociais. Em janeiro deste ano, outro comunicado teria sido emitido pelo CV proibindo a execução de inocentes, após a repercussão de assassinatos ligados a um gesto com três dedos – sinal que, no mundo do crime, seria associado ao Bonde do Maluco (BDM), grupo rival do Comando Vermelho.
Casos semelhantes têm sido registrados em outras cidades baianas. Em Feira de Santana, por exemplo, a presença de facções tem gerado conflitos violentos, mortes e temor constante entre a população. Em Dias d’Ávila, um empresário foi morto e descobriu-se que ele usava a própria academia como esconderijo de armas do CV. Em Salvador, também foram registradas execuções ligadas a disputas entre facções, como a morte de uma advogada acusada de atuar para o PCC e de uma jovem por supostamente namorar um integrante do BDM.
Diante da gravidade da situação, a população de Eunápolis aguarda um posicionamento oficial das autoridades. O Correio entrou em contato com as Polícias Civil e Militar, mas até o momento não houve resposta.
Casos como esse mostram a importância da atuação rápida das forças de segurança pública no combate à criminalidade e na proteção das comunidades. Também reforçam a necessidade de que a população evite compartilhar mensagens de origem duvidosa sem confirmação oficial, para não aumentar o clima de medo e desinformação.
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