Caso Sara Freitas: irmã revela em júri que pastora queria deixar o marido, mas sofria ameaças

Durante o julgamento de Gideão Duarte Lima, acusado de participação na morte da pastora e cantora gospel Sara Freitas, a irmã da vítima, Soraia Freitas, trouxe detalhes impactantes sobre a rotina de Sara, o relacionamento abusivo com o marido, e os momentos que antecederam o crime que chocou a comunidade evangélica e a sociedade.

Soraia foi a segunda testemunha de acusação ouvida nesta terça-feira (15), no Fórum de Dias D’Ávila, na Região Metropolitana de Salvador. Segundo ela, foi informada do desaparecimento de Sara por uma mensagem enviada por Ederlan Mariano — marido da vítima e apontado como mandante do assassinato. A comunicação, feita por aplicativo, já levantou suspeitas desde o início: “Estranhei a mensagem dele porque era ele quem organizava todos os compromissos da minha irmã. Era difícil acreditar que ela tivesse simplesmente sumido sem ele saber de nada”, contou.

Ela detalhou ainda que Sara já havia relatado episódios de agressão e ameaças de morte. “Minha irmã dizia que ele estava muito alterado em casa, que a agredia, e chegou a afirmar que, se tentasse fugir, ele a perseguiria até o inferno.”

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O relacionamento, segundo Soraia, era marcado por um forte controle. “Sara não saía de casa sem autorização. Se fosse ao salão, ele aparecia. Ela só ia ao shopping se ele permitisse. Ederlan sabia cada passo que ela dava. Ele a acompanhava nas agendas religiosas e, quando não ia, fazia questão de saber tudo sobre o evento.”

Esse ambiente de opressão fez com que Sara começasse a planejar a separação. Ela chegou a guardar dinheiro escondido para fugir da situação. “Sara tinha entre R$ 15 mil e R$ 20 mil guardados em uma caixa de sapato e dizia que precisava colocar esse valor em uma conta separada, longe do alcance dele. Ela também desconfiava que o celular havia sido clonado, pois ele parecia saber de tudo que ela conversava”, revelou Soraia.

A motivação para a separação ia além da violência. Segundo a irmã, Ederlan não trabalhava e tentava ganhar dinheiro com vídeos na internet, mas sem sucesso. Enquanto isso, Sara se sustentava com o Bolsa Família e doações das igrejas onde se apresentava. “Ela não cobrava cachê. Vendia DVDs ao final dos cultos para se manter. Estava cansada de sustentar tudo sozinha.”

A revelação de que Gideão era conhecido da vítima também foi confirmada por Soraia. “Ela conhecia ele por meio de Ederlan. Confiava nele como motorista, acreditava que ele a levaria em segurança para a agenda em Dias D’Ávila. Mas, infelizmente, não foi isso que aconteceu.”

A mãe de Sara, Dolores Freitas, também seria ouvida durante o júri, mas seu depoimento foi dispensado por problemas técnicos. A câmera não funcionava, o que impossibilitou a realização adequada da videoconferência. Até o momento, duas testemunhas de acusação já prestaram depoimento: o cantor gospel Davi Oliveira e Soraia Freitas.

De acordo com o inquérito, o assassinato de Sara Freitas foi encomendado por Ederlan Mariano e executado por Bispo Zadoque e Victor Gabriel. Todos os três serão julgados separadamente, após interporem recursos que desmembraram o processo. Gideão Duarte Lima, apontado como motorista no dia do crime, é o primeiro a ser julgado.

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