Brasil considera pílula de dia seguinte para prevenir Sífilis: Entenda os detalhes

O uso da doxiciclina como forma emergencial de prevenção contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), conhecida como DoxiPEP, está sendo analisado no Brasil como uma possível medida de saúde pública. Embora ainda sem regulamentação oficial, a prática vem ganhando popularidade, especialmente em grandes centros urbanos como o Rio de Janeiro. A proposta é eficaz, principalmente na prevenção de sífilis e clamídia, quando a medicação é administrada dentro de um período de 24 a 72 horas após a exposição a relações sexuais desprotegidas.

Esse protocolo de uso de dois comprimidos de doxiciclina funciona como uma espécie de “pílula do dia seguinte” para doenças bacterianas transmitidas sexualmente, oferecendo uma nova alternativa na luta contra as ISTs. A ideia tem ganhado força, mas ainda depende de uma análise técnica detalhada. Pâmela Cristina Gaspar, coordenadora-geral de Vigilância das Infecções Sexualmente Transmissíveis, destaca que o Ministério da Saúde está avaliando tanto os impactos financeiros quanto os riscos associados a esse uso emergencial, visto que a doxiciclina é um antibiótico que, se não utilizado com cuidado, pode gerar resistência antimicrobiana.

Porém, ao mesmo tempo, a adoção de DoxiPEP exige cuidados específicos. A resistência a antibióticos é um risco significativo, especialmente por se tratar de uma aplicação fora do uso convencional, ou seja, off-label. Isso significa que a medicação não foi originalmente recomendada para essa finalidade, o que exige um monitoramento rigoroso para evitar complicações, como o surgimento de bactérias resistentes.

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Estudos internacionais, como os realizados nos Estados Unidos, têm mostrado bons resultados com a DoxiPEP, reduzindo significativamente os casos de sífilis e clamídia entre grupos vulneráveis, como homens que fazem sexo com homens e mulheres transgênero. No entanto, especialistas como o infectologista Ricardo Bonifácio alertam para os perigos do uso indiscriminado do antibiótico, que pode afetar negativamente a microbiota intestinal e contribuir para o aumento da resistência bacteriana.

No Brasil, o uso experimental da DoxiPEP está sendo implementado de forma controlada em algumas cidades, com foco em populações mais suscetíveis. Porém, o processo de sua adoção no Sistema Único de Saúde (SUS) ainda exige mais estudos e avaliações técnicas. Por enquanto, a principal recomendação para a prevenção continua sendo a combinação de métodos como o uso de preservativos, a PrEP (profilaxia pré-exposição ao HIV) e a testagem regular para ISTs, sempre com a orientação de profissionais de saúde.

Essa estratégia emergencial, embora promissora, requer cuidados e a conscientização de que a prevenção combinada é a melhor abordagem para a proteção eficaz contra as ISTs.

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