Ambulâncias Fazem Fila no Hospital do Oeste por Falta de Vagas para Pacientes

As imagens de ambulâncias paradas, uma atrás da outra, em frente ao Hospital do Oeste, em Barreiras, têm gerado preocupação e revolta na população. Em vídeos divulgados nas redes sociais na última quinta-feira (5), é possível ver ao menos seis veículos de emergência aguardando para internar pacientes. Moradores relatam que, em alguns momentos, a fila já chegou a ter dez ambulâncias, com pacientes esperando até 12 horas por uma vaga na unidade hospitalar.

O motivo? Superlotação. De acordo com lideranças locais, o hospital – que de fato possui leitos de UTI – não tem vagas disponíveis para atender a demanda crescente.

“Não é que o hospital não tenha UTI. O que não tem são vagas suficientes diante da quantidade de pacientes”, explicou a advogada Maria Adail, que também atua na área da Saúde em Barreiras, durante entrevista à rádio Oeste FM.

Participe do nosso grupo de notícias no WhatsApp: Quero Participar

A situação se agrava com a recente alta nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Tanto a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) quanto a entidade que administra o hospital, as Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), reconhecem que a unidade está em estado de superlotação.

“A doença não espera”

Durante a entrevista, Maria Adail também lembrou a visita do governador Jerônimo Rodrigues (PT) à cidade, no mesmo período em que a crise na saúde se intensificava. Na terça-feira (3), o governador esteve em Barreiras para anunciar investimentos de R$ 63,4 milhões nas obras do Aeroporto Regional, acompanhado da secretária nacional de Aviação Civil, Thairyne Oliveira.

“É claro que o aeroporto é importante para a economia. Mas o povo não vai estar feliz se não tiver saúde. A doença não marca hora para chegar. É preciso que as autoridades compreendam isso – especialmente o governador”, criticou Adail.

Hospital atende 36 municípios

O Hospital do Oeste é o único centro de referência em alta complexidade em toda a região. Atende pacientes de 36 municípios, o que contribui diretamente para a superlotação. Segundo a Sesab e a Osid, mesmo diante das dificuldades, a unidade tem buscado manter o atendimento integral, mobilizando equipes multiprofissionais e recursos diagnósticos.

Ambos os órgãos ressaltaram que o aumento nos casos de SRAG tem pressionado o sistema, elevando o tempo de espera para internações e admitindo pacientes acima da capacidade habitual da unidade.

No entanto, nem a Sesab nem a Osid responderam a uma pergunta central feita pela imprensa e pela população: qual é o tempo médio de espera para que os pacientes deixem as ambulâncias e sejam internados? Também não foi esclarecido o que está sendo feito, de forma emergencial, para reduzir as filas e garantir atendimento digno a quem chega em estado grave.

Um alerta à saúde pública

O cenário em Barreiras serve como alerta: enquanto milhões são investidos em infraestrutura, a saúde pública clama por reforço imediato. Faltam leitos, faltam respostas concretas e sobra sofrimento para quem depende do SUS.

A população, que acompanha o drama pelas redes sociais e pelos relatos de familiares, aguarda mais do que promessas: quer ações eficazes para garantir o básico e o urgente — o direito à vida e à saúde.

Compartilhe

📱 Participe do nosso grupo no WhatsApp e receba as notícias em tempo real:

Grupo do WhatsApp

📸 Não perca nenhuma atualização! Siga-nos no Instagram:

Coruja News no Instagram

© Todos os direito reservados ao Coruja News! Não é permitido cópia!