Um caso que chocou moradores de Ponta Grossa, no Paraná, está sendo investigado pela Polícia Civil: uma mulher de 35 anos é suspeita de desviar cerca de R$ 200 mil das contas bancárias do próprio avô, um idoso de 87 anos. A quantia vinha da aposentadoria mensal da vítima, segundo informações do delegado Gabriel Munhoz, responsável pela apuração do caso.
De acordo com o inquérito, a suspeita entregava apenas parte da aposentadoria ao avô, afirmando que o restante estava guardado para ele. Em determinado momento, quando questionada sobre o pagamento do 13º salário, a neta chegou a dizer que “o Lula tinha cortado o benefício”, numa tentativa de justificar o sumiço do dinheiro. Para o delegado, esse tipo de declaração demonstra não apenas a intenção clara de enganar, mas também o desprezo da mulher em relação ao próprio avô.

As investigações revelam um esquema ainda mais grave: a neta teria realizado empréstimos em nome do idoso e aberto contas bancárias sem qualquer autorização. Em uma das manobras para enganar a vítima, a mulher chegou a inventar uma personagem falsa, se passando por funcionária da Caixa Econômica Federal, com o objetivo de dar mais credibilidade às mentiras e manter o controle das finanças do aposentado.
Participe do nosso grupo de notícias no WhatsApp: Quero Participar
Veja também: Dinheiro Esquecido: Saiba Como Fazer o Resgate Automático pelo Banco Central
Veja também: INSS começa a devolver descontos indevidos nesta segunda (26); veja como será o reembolso
O desvio de dinheiro teria começado em 2021, quando a neta passou a assumir a administração dos recursos do avô, supostamente para ajudá-lo. No entanto, o crime só foi descoberto recentemente, quando o filho do idoso percebeu que o IPVA do carro da família estava atrasado havia três anos — mesmo após a neta ter recebido o dinheiro para quitar a dívida.
Segundo a polícia, a mulher não tem emprego formal e utilizava o dinheiro do avô para manter o próprio sustento. Por isso, foi indiciada por estelionato, com agravante por ter sido cometido contra uma pessoa idosa, além de responder por crime continuado, já que as fraudes se estenderam por um longo período.
Em depoimento, a investigada negou todas as acusações. No entanto, os indícios reunidos até agora mostram uma série de atitudes planejadas para enganar o avô e se beneficiar financeiramente às suas custas. O caso está sendo acompanhado de perto pelas autoridades e pode resultar em condenações severas.
O episódio levanta um alerta importante: o cuidado com familiares idosos vai além do afeto — envolve também responsabilidade, transparência e, principalmente, proteção. Casos como esse mostram como pessoas próximas podem se aproveitar da confiança para aplicar golpes silenciosos que, muitas vezes, só são descobertos tarde demais.
Compartilhe