Quase 3 toneladas de espécie invasora são retiradas da Baía de Todas-os-Santos

Um trabalho de fôlego e precisão, realizado por mergulhadores, cientistas e voluntários, tem enfrentado uma ameaça pouco visível, mas altamente prejudicial ao ecossistema marinho da Baía de Todos-os-Santos. Em uma ação coordenada entre órgãos públicos, ONGs e universidades, foram retiradas quase 3 toneladas de uma espécie invasora de coral da região da Ilha de Itaparica, local onde há maior concentração do organismo.

A espécie, conhecida como Chromonephthea braziliensis, é originária do Oceano Índico, na costa da Singapura, e tem causado preocupação entre ambientalistas por competir diretamente com espécies nativas e liberar substâncias químicas que prejudicam outros organismos marinhos.

Uma ação subaquática que mobilizou forças

A operação, realizada entre os dias 16 e 20 de maio, envolveu mais de 20 mergulhadores e foi liderada pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) e pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), com participação ativa da ONG Pró-Mar. Também colaboraram instituições como a Marinha do Brasil, o Ibama, o ICMBio, a Coppa e diversas universidades.

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O foco principal da intervenção foi a remoção manual do coral, método que se mostrou mais eficaz após testes realizados em janeiro deste ano. A retirada precisa e cuidadosa é essencial para não causar ainda mais impactos ao ambiente submarino.

A ameaça silenciosa do coral exótico

Embora o nome da espécie sugira ligação com o Brasil, o Chromonephthea braziliensis não é nativo do país. O primeiro registro do coral foi feito na década de 1990, no Rio de Janeiro. A principal hipótese para sua chegada à Baía de Todos-os-Santos é o transporte involuntário em plataformas de petróleo deslocadas da região sudeste.

Atualmente, o coral já foi identificado em locais como o Píer do Vapor, estruturas da Marinha e recifes próximos à Ilha do Medo. Ainda não há registros em Salvador, mas especialistas alertam: o avanço descontrolado da espécie pode colocar em risco todo o equilíbrio da maior baía do Brasil.

Próximos passos: monitoramento e pesquisa

Com a conclusão da fase de remoção, o trabalho agora entra em etapa de monitoramento. As equipes irão acompanhar as áreas afetadas para avaliar se a espécie voltará a se estabelecer e como o ecossistema reagirá à intervenção.

Além disso, o material coletado será dividido em dois destinos: parte será descartada de forma adequada em aterro sanitário; a outra será enviada para pesquisas no Cimatec e na Embrapa, com o objetivo de identificar possíveis formas de reaproveitamento do coral — inclusive para uso científico ou tecnológico.

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