Médica condenada por tráfico de drogas consegue emprego em clínica e promove serviços nas redes sociais

Nas redes sociais, ela aparece tranquila, falando sobre rotina de cuidados com a pele, proteção solar em dias nublados e os famosos “top 4 produtos de skincare”. Mas por trás do perfil @dicadepele, existe uma história que passa longe do universo da estética. Estamos falando da médica Larissa Gabriela Lima Umbuzeiro, condenada por lavagem de dinheiro e organização criminosa ligada ao tráfico de drogas.

A pergunta é: como uma pessoa condenada por envolvimento num esquema milionário de tráfico continua atuando como médica e produzindo conteúdo nas redes?

Vamos por partes.

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Quem é Larissa?

Larissa é médica, formada pela Unime, em Lauro de Freitas. No Instagram, oferece atendimentos online e presenciais, além de procedimentos como botox, preenchimento e tratamentos dermatológicos. Ela também informa estar cursando uma pós-graduação em dermatologia estética em Salvador.

Até aí, nada fora do comum — se não fosse o fato de estar usando tornozeleira eletrônica e ter sido condenada a 16 anos de prisão.

O que aconteceu?

Em fevereiro de 2024, Larissa foi presa a caminho de um evento médico em São Paulo. A prisão foi resultado da Operação Kariri, que investigava um esquema de tráfico interestadual de maconha envolvendo a própria Larissa, seu marido e mais quatro parentes. O pai dela, apontado como chefe da organização, morreu ao reagir à prisão com tiros contra policiais.

De acordo com a sentença, Larissa era peça-chave no processo de lavagem de dinheiro. A Justiça afirma que ela usou o próprio nome e influência profissional para movimentar recursos ilícitos, inclusive com participação ativa no planejamento das ações.

“A personalidade revelada é dissimulada e calculista”, diz um trecho do processo judicial.

Como ela está livre?

Apesar da condenação, Larissa e seu marido Paulo Victor ainda não estão presos porque a decisão foi em primeira instância. Ou seja, cabe recurso. Enquanto isso, ela segue em liberdade, mas com restrições: tornozeleira eletrônica, autorização judicial para se deslocar para estudos e trabalho, e vigilância constante.

Inclusive, segundo os autos do processo, ela já pediu para retirar a tornozeleira em duas ocasiões: uma para fazer uma ressonância, outra para uma cirurgia ginecológica marcada para 26 de maio.

E as redes sociais? Pode isso?

Sim. Desde que não haja uma proibição judicial específica, pessoas condenadas ou em processo podem continuar usando redes sociais normalmente. O advogado criminalista Guilherme Brito esclarece que, como o processo ainda está em fase de recurso, vale o princípio da presunção de inocência.

Isso explica por que Larissa continua postando dicas, se posicionando profissionalmente e buscando ampliar sua atuação como médica, inclusive oferecendo consultas em clínicas da região, com autorização da Justiça.

Por que esse caso chama atenção?

Porque escancara um dilema contemporâneo: a dissonância entre a imagem digital e a realidade jurídica. Enquanto no feed ela fala sobre beleza e autoestima, nos bastidores ela enfrenta um processo penal gravíssimo, com pena longa e acusações sérias.

Além disso, o caso coloca em debate:

  • O uso das redes sociais para reconstrução de imagem pública;
  • Os limites entre vida profissional e condenações criminais em andamento;
  • E o impacto da justiça em tempo real, onde a exposição pública acontece mesmo antes da prisão definitiva.

O que esperar agora?

Larissa e os demais envolvidos seguem recorrendo. Se a condenação for mantida em segunda instância, ela poderá ser presa, a menos que novos recursos suspendam essa decisão. O processo pode ainda seguir até o STJ ou o STF, o que pode levar anos.

Enquanto isso, ela segue ativa. O novo perfil profissional foi criado recentemente, separado do pessoal — que permanece fechado. O marido, Paulo Victor, também voltou a publicar em sua conta após meses de silêncio, mas desativou os comentários em posts com Larissa.

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