Facção ‘Anjos da Morte’ impõe toque de recolher em Caraíva: entenda como o grupo atua

Facção ‘Anjos da Morte’ impõe toque de recolher em Caraíva: entenda como o grupo atua Facção ‘Anjos da Morte’ impõe toque de recolher em Caraíva: entenda como o grupo atua

Clima de tensão e medo tomou conta de Caraíva, comunidade litorânea de Porto Seguro, no sul da Bahia, depois que um comunicado anônimo circulou entre moradores e comerciantes, determinando um toque de recolher. A mensagem vinha assinada com as letras ADM, sigla que remete à facção criminosa ‘Anjos da Morte’, conhecida pelo controle do tráfico de drogas na região.

A ordem de recolhimento surgiu logo após a morte de Ramon Oliveira Cruz, de 33 anos, mais conhecido como Alongado, apontado como o principal líder da facção. Ele foi morto durante uma operação policial no último sábado (10), o que acirrou o medo de represálias e novos confrontos.

“Aqui todo mundo sabia quem era Alongado e o que significava a ADM. Ele andava armado e controlava o tráfico. Quando soubemos da morte, já esperávamos problemas. Eles dominam Caraíva e o medo é generalizado”, relata uma moradora, que preferiu não se identificar por segurança.

Atuação violenta e território expandido

Uma fonte da Polícia Civil, que pediu anonimato, confirmou à reportagem que o poder da facção não se limita a Caraíva. A influência do grupo se estende para outras áreas estratégicas do turismo baiano, como Porto Seguro, Arraial D’Ajuda, Santa Cruz Cabrália, Trancoso e diversos povoados da região.

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Segundo o policial, a facção se destaca pela brutalidade de seus membros, apesar de ser menor em estrutura comparada a outras organizações criminosas da Bahia. Um exemplo claro foi o homicídio de Yane Soares Matos, no distrito de Pindorama, também em Porto Seguro. Ela foi assassinada dentro de casa, supostamente por ordem da própria filha de 16 anos e do namorado da jovem, ambos ligados à ADM. O motivo teria sido a intenção da mãe de denunciar as atividades do grupo.

Estratégia baseada no turismo e intimidação

O modus operandi da facção chama a atenção. Além de usar a região turística como rota de tráfico de drogas, os integrantes intimidam usuários para que comprem apenas entorpecentes distribuídos por eles. Quem tentar fugir do controle, sofre ameaças.

A facção também marca seus membros com uma tatuagem específica: a figura de um anjo segurando uma arma de grosso calibre — um símbolo de pertencimento e poder. No domingo (11), comerciantes de Caraíva foram os mais afetados pela opressão: não puderam abrir suas lojas, e turistas, com medo da violência, deixaram o vilarejo, impactando o comércio local e a economia.

Reforço policial e segurança

A Polícia Militar da Bahia (PM-BA) foi procurada para informar se houve aumento no policiamento da região após a morte de Alongado e as ameaças de toque de recolher, mas não confirmou qualquer reforço até o momento.

Para especialistas ouvidos pela reportagem, a situação de Caraíva expõe um problema recorrente: o avanço de facções em áreas de forte apelo turístico, onde o fluxo de visitantes favorece o tráfico e a lavagem de dinheiro, enquanto a presença policial é intermitente.

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